Em recente entrevista para TIME, Selena falou sobre algumas faixas de seu novo álbum, Revival, sobre encontrar sua voz, e a sessão FaceTime com o super produtor Max Martin. Leia abaixo:
Selena Gomez está fazendo algumas grandes mudanças. Quando seu novo álbum Revival, liderado pela colaboração com A$AP Rocky, “Good For You,” chegar dia 9 de outubro, será seu primeiro lançamento completo fora da Hollywood Records, da Disney, onde ela gravava quando criança. Sua mãe não é mais sua empresária desde o ano passado. Gomez também entrou como produtora executiva de seu álbum, tomando níveis precedentes de controle criativo e ganhando mais créditos por músicas escritas por ela do que nunca. Não tem muitas pessoas de 23 anos cantando sobre conseguir uma segunda chance assim como Gomez faz em Revival, mas não muitas pessoas de 23 anos assistiram sua vida pessoal e relacionamentos virarem assunto de tabloide como Gomez.
“Não é necessariamente eu pensando tipo, ‘Já sei tudo sobre minha vida e eu sou incrível!’” Gomez fala sobre o título de seu álbum. “É mais como, eu recebi muitas críticas e tive muito coisa da minha vida exposta. Eu nunca quis que minha vida fosse assim. Apenas queria ser ouvida.”
TIME: Esse álbum mostra lados da sua voz que nunca ouvimos antes: o lado mais rouco, mais grave, mais baixo. Combina com você. Me fale sobre ter encontrado sua voz nesse álbum–não só figurativamente, mas literalmente.
Selena Gomez: Eu tive que realmente descobrir o que funcionaria para mim porque tiveram vezes na minha carreira onde eu cantava coisas que apenas não eram eu e não eram para mim. Você pode ouvir isso na minha voz. Você pode ouvir isso quando era algo autêntico. Esse álbum todo é extremamente íntimo. Eu fui a produtora executiva. Eu queria sentir que todas as músicas significavam o mundo para mim, tendo eu escrito ela ou não. Para mim, tive que escolher o que me separaria dos outros. Eu sei que não sou a melhor cantora do mundo, mas eu sei que tenho um tom único. E eu sou atriz–eu amo poder traduzir tudo o que estou sentido por dentro pela minha voz e pelas minhas músicas.
Você tem algumas músicas sérias e ao mesmo tempo dançantes nesse álbum, como “Kill ‘Em With Kindness,” mas a maioria delas eu soube que fogem das grandes baladas acontecendo agora. Por que você foi em uma direção mais calma, mais mid-tempo?
Eu sou uma artista pop, mas tinha algo que eu tinha muito conhecimento. A faixa é importante, mas eu precisava que as letras fossem mais, e isso foi algo que falei para todos os produtores. Eu estava falando sobre isso com Rock Mafia, que ajudou a criar “Revival” e “Kill ‘Em With Kindness.” As mensagens são muito importantes. “Good For You” não ia ser o primeiro single, mas eu não queria aquela música música óbvia e grande. Eu queria configurar o tom. Isso é o que a próxima fase da minha vida e carreira vão ser. Eu pensei tipo “Que tal lançarmos ‘Good For You’ primeiro?” Nós não sabíamos que iria se dar tão bem. Nós achamos que seria bem recebida, mas têm sido muito louco ver o quanto as pessoas têm estado com a nova direção.
Sua vida pessoal atrai muita atenção dos tabloides. É libertador se abrir como você fez com “The Heart Wants What It Wants” ou você pensa sobre se censurar, sabendo das críticas que isso chama?
Não, e foi um alívio para mim. Seria muito irrealista para mim estar sentindo dor e lançar uma música onde eu falo tipo, “A vida é maravilhosa e isso é incrível!” “The Heart Wants What It Wants,” e até mesmo o seu videoclipe, foi terapêutico. Eu me senti livre. Senti que um grande peso havia sido tirado de cima de mim. Basicamente, isso foi o que me fez criar Revival. Foi um sentimento no qual que eu pensei, “Isso é o que música boa é. É dividir sua história.” Eu não posso me importar mais que as pessoas vão torcer minhas palavras ou falar sobre isso. Todo mundo disse tudo o que eles podiam dizer sobre mim. Eu não posso deixar isso afetar a música que eu quero fazer, mesmo que seja pessoal.
Você tem mais créditos por escrever músicas nesse álbum do que em todos os seus outros juntos. Qual foi o tópico mais desafiador de escrever sobre?
Senti que tinha que fazer isso. É muito difícil porque as vezes penso tipo, “Ah meu Deus, isso vai ser horrível.” Ou, “Talvez eu não devia fazer. Talvez eu não deveria falar disso assim.” Houve muitos momentos em que eu me questionei porque é a primeira vez que eu estive completamente envolvida. A coisa mais difícil foi descobrir como falar sobre as coisas, descobrir como falar das coisas sem parecer arrogante. “Sober” é uma das minhas músicas favoritas, mas não é especificamente sobre uma pessoa. “Sober” veio de mim e Chloe [Angelides], uma das compositoras, quando estávamos sentadas no salão falando sobre ser estranha socialmente. Eu sairia com as pessoas e eles beberiam, eles eram muito divertidos, mas no dia seguinte era estranho. Eu literalmente fui embora naquela noite e Chloe acabou escrevendo “Sober.” Houveram momentos assim, pequenos papos. Não foi tão difícil, foi apenas tipo, “Como falarei isso de forma elegante e da forma que é certa para mim?”
“Hands to Myself” é minha faixa favorita das que eu escutei. Me conte essa música foi criada.
Estou muito animada por essa música. Foi a última que eu gravei no álbum. “Good For You” foi escrita por Justin Tranter e Julia Michaels. Foi uma das primeiras que eu gravei, o que é louco agora pensar sobre isso. Fiquei obcecada por Justin and Julia. Senti que criamos mágica. Senti que eu era a Julia e a Julia era eu. Assim que “Good For You” lançou e o sucesso estava acontecendo, nós celebramos e pensamos tipo, “Deveríamos ir ao estúdio por mais quatro dias.” Eles ligaram para a minha gravadora e eles [a gravadora] falaram “Estamos prestes a começar a mixagem.” E eu disse, “Eu sei, eu sei! Deixa eu ter mais quatro dias.”
Nós fizemos três músicas, e duas delas entraram no álbum: “Hands To Myself” e “Me & the Rhythm.” Quando “Hands To Myself” começou, pensamos tipo, “O que as garotas não fazem? Eu quero saber o que as garotas não fazem.” Sinto que combati o amor, combati a emoção, o coração e como eu vejo o mundo, mas o que vai ser super refrescante? Tínhamos um copo, e Julia estava batendo-o na mesa. Então ela tinha esse ganho meio Prince e eu falei, “Que tal fazermos isso com o estilo do Prince?” Pensei tipo, “Ah meu Deus, estou obcecada. Vamos fazer isso.” Dentro de 24 horas, isso foi de onde “Hands To Myself” veio. É provavelmente a melhor música do álbum. Um lindo acidente.
E [o mega produtor sueco] Max Martin trabalhou nessa música também, certo?
Sim, ele trabalhou. Como aconteceu foi estávamos no estúdio trabalhando com alguns produtores que trabalharam com Max [Mattman & Robin, do álbum da Taylor Swift, 1989]. Foi como criamos o esqueleto da faixa no estúdio. Tínhamos o gancho, e eles perguntaram, “Você se importa se enviarmos isso para Max Martin?” Eu nunca tinha trabalhado com Max antes e falei tipo, “Eu não sei, talvez!” Eu não sabia como seria. Ele acabou me chamando no FaceTime imediatamente e falou tipo, “Essa é a melhor coisa que eu ouvi no ano todo. Tenho que fazer parte disso.” Falei tipo, “Sim! Você tem! O que você sugere?” Ele criou o final que é se-eh-eh-eh-eh-eh-elf e adicionou esse pequeno gancho. Ele também mudou algumas coisas do pré-refrão. Eu acho que é algo super moderno e diferente para ele, também.
Trabalhar com Max Martin é tipo um rito de passagem para a maioria dos artistas pop. Por que você hesitou ao trabalhar com ele?
Eu nunca o conheci! O álbum todo, me tornei família com todos os meus produtores, Justin e Julia. Não tem nada a ver comigo pensar tipo, “Ah meu Deus, sou muito boa para Max.” Foi apenas tipo, “Eu não sei, eu não quero que ele mude isso!” Ele acabou fazendo da música, obviamente, um sucesso. Eu não que estava questionando sua habilidade, estava mais nervosa para ver como seria. Assim que nos falamos, ele me enviou esses memos e agora temos um relacionamento. Vai crescer daí.
Você conhece Justin de quanto ele estava na Semi Precious Weapons?
Eu não sabia que ele era dessa banda. Então quando fomos para o México juntos [para compor], ele me mostrou todos os seus videoclipes e eu falei tipo, “Ah. Meu. Deus. Você é fabuloso!” Ele é incrível. Ele exala aquela auto-confiança, aquela energia que eu realmente acho que preciso.
Que música do álbum você acha que vai surpreender mais as pessoas?
Eu acho que “Hands To Myself” será ótima. Espero que “Kill ‘Em With Kindness” tenha um efeito incrível porque eu amo muito o significado dessa música. Eu quero que eles fiquem surpresos com todas. Todo mundo ficou surpreso com “Good For You,” e agora estamos seguindo em frente. Mesmo não sendo meus fãs, eu gosto de poder surpreender as pessoas, deixa-las pegando fogo e animadas.
Charli XCX co-escreveu seu novo single “Same Old Love.” Você chegou a ter qualquer momento de estúdio com ela?
Não, na verdade eu não tive. Ela fez parte da música com [produtores noruegueses] Stargate. Quando Stargate chegou e começamos algumas de nossas músicas —”Sober” e algumas outras coisas— o empresário de Charli estava no estúdio o tempo todo. Eu mandei a mensagem mais fofa para ela. Ela é super legal e divertida, mas não estavámos fisicamente juntas.
O que estava na sua lista de desejos para esse álbum que você não podia fazer antes?
Queria que fosse muito pessoal. Eu amo álbuns, realmente amo. Eu sei que eles não vendem ou o que quer que seja, mas Stripped da Christina Aguilera me ajudou muito na minha vida e conta uma história. Aquele álbum todo foi o Revival. Agora, estou em um lugar na minha vida onde lancei um álbum com 16 anos—ninguém vai se identificar com isso. Eles vão pensar tipo “Ótimo, sobre o que você está cantando?” Pelo fato da minha vida ter sido muito exposta, eu quase tive que utilizar isso para esse álbum. As pessoas não podem falar, “Você não sabe do que está falando. Você não passou por isso.” É como se todos vocês tivessem crescido comigo a esse ponto!
Esse álbum sou eu sentindo que posso respirar. Eu apenas não me importo mais. Trabalhando com a Disney, eu tinha um certo respeito pela minha imagem. E eu ainda tenho—tudo o que eu quero fazer tem muita qualidade. Eu apenas não me importo mais com o barulho. Me leva a loucura. Me fez sentir depressiva, me fez não querer sair da minha casa e me fez não falar com as pessoas e não acreditar nelas. Não quero viver minha vida assim. Tive que trabalhar muito em mim para falar, “Se eu perder tudo isso amanhã, ficaria bem. Poderia abrir uma loja de café e fazer uma peça mês sim mês não.” Preciso que minha vida não seja ditada por essas pessoas que eu nem conheço. Que, acredite se quiser, estavam no topo da minha lista. É como eu precisava contar minha história de forma que minha música ofusque toda essa bobagem.
“Esse é o meu álbum mais pessoal” é uma frase muito comum para estrelas do pop, mas parece que você realmente quer dizer isso e pode comprovar—apenas olhe para a capa do seu álbum.
Isso é honestamente verdade! Eu entendo. Sinto que tipo, “Cara, não deveria dizer isso dessa forma” Tenho certeza que muitas pessoas dizem isso. Eu provavelmente disse isso antes porque até agora, eu nunca tinha tentado colocar tudo o que podia dentro de tudo o que estava fazendo. Apenas acho que não sabia como. No momento em que a pessoa comprar o álbum—a primeira faixa é “Revival” e a segunda é “Kill ‘Em With Kindness”—ela já vai saber onde eu estou na minha vida, minha visão das coisas, no que eu acredito.
Ultimamente, as pessoas—estou me referindo a mídia, e então pararei de falar deles pois isso me frustra—apenas querem que eu essa pessoa má que eu não sou. É a coisa do “falam bem e te derrubam”. Não sou nenhuma dessas coisas. Eu trabalho duro, e qualquer pessoa com quem você falar que já tenha trabalhado comigo sabe que sou profissional, gentil e que eu me preocupo com as pessoas. Já fiquei frustrada e irritada antes, mas minha mãe sempre me ensinou, toda vez, para deixá-los falar. É sempre o melhor sentimento acordar no dia seguinte e pensar “Eles me deram o pior, eu os dei meu melhor, e isso é tudo o que eu posso fazer.”
Você também é mentora do time de Gwen Stefani nessa temporada do The Voice. O quanto você surtou quando conseguiu esse trabalho?
Você está brincando? Primeiro de tudo, Gwen é tipo uma boneca de porcelana. Ela é maravilhosa. Poder sentar do lado dela, eu estava em choque, para ser honesta. Ela, na verdade, que me escolheu para ser sua mentora e claro que eu disse sim. Além disso, eu amo sobre o The Voice apoia. Eles me disseram que eu nunca posso chamar as pessoas que estão na competição de participantes. Todos nós os chamamos de artistas porque eles são artistas em seus próprios direitos. Eu amo isso porque não importa o que, mesmo tendo tecnicamente alguém que ganhe, é sobre encorajá-los e não mudá-los. Eu aprendi muito com Gwen, apenas do jeito que ela falava e do jeito que ela expressava a emoção por trás da música que escolhia. Eu nunca teria pensado nisso desse jeito. Para mim, isso foi a melhor coisa. Senti que estava aprendendo. Senti que era uma artista do programa.
Você trabalhou com os mesmos produtores com quem ela tem trabalhado. Você ouviu algo de seu novo álbum?
Sim, ela me mostrou duas músicas porque ela está trabalhando com Justin agora, e nós meio que nos aproximamos por isso. Falei tipo, “Sou obcecada por ele,” e ela respondeu, “Eu sou obcecada por ele.” Parece que ela está no melhor lugar de sua vida, também, por causa do jeito que ela estava até mesmo tocando as músicas, é exatamente como eu estaria tocando-as. Estou muito animada para que as pessoas possam ouvir. Estou muito feliz por ela porque ela queria fazer algo que não necessariamente fosse completamente diferente, ela apenas queria algo moderno, bem diferente, viciante e legal. Falei tipo,“Bom você é irada de qualquer jeito.”