Selena foi entrevistada para edição especial da Revista Rolling Stone com os artistas mais especulados para indicações ao Grammy 2021. A revista conta com entrevistas de The Weeknd, Dua Lipa, entre outros, e foi enviada para a comissão votante da premiação. Confira a tradução na íntegra da matéria escrita por Brittany Spanos.
Selena Gomez está pronta para a próxima fase de sua Jornada do Pop
“Eu não quero que as pessoas me vejam apenas como triste e machucada”, a cantora conta em uma entrevista para a nossa “2021 Grammy Preview” (Prévia do Grammy 2021). “Eu experimentei algo real, e essa parte de mim acabou”
A primeira rodada de votação do Grammy começa em 30 de setembro e vai até 12 de outubro. Para a nossa Prévia do Grammy 2021, nós pedimos a uma série de candidatos para a premiação do próximo ano para refletirem sobre antigas experiências na cerimônia, olharem para o futuro, e discutirem os álbuns e singles que poderiam render a eles uma estatueta em janeiro.
A década dos 20 anos de Selena Gomez tem mostrado as dificuldades tanto da vida privada quando pública da cantora. Enquanto trabalhava em seu segundo álbum solo, ‘Revival’ em 2015, ela foi diagnosticada com a doença autoimune Lupus. Ela teve que parar uma turnê na metade em 2016 por complicações da doença, que incluiu ataques de pânico, ansiedade e depressão; no ano seguinte, ela se afastou da vida pública por um tempo, revelando mais tarde que havia passado por um transplante de rim.
Algum tempo longe da música foi para Gomez. Nos últimos anos, a estrela da Disney foi capaz de se flexibilizar como produtora de televisão (‘Os 13 Porquês’, ‘Living Undocumented’) e fez aparições de sucesso nos hits de Ozuna e Kygo. No entanto, ela esteve trabalhando a coragem de lançar ‘Rare’, um terceiro álbum empoderado e divertido que poderia lhe dar uma primeira nomeação ao Grammy.
Gomez conversou conosco de sua casa em Los Angeles, onde ela tem passado o isolamento durante a pandemia do corona vírus. Apesar de tudo que ela tem enfrentado, ela se sente otimista: “Eu ainda acho que meu melhor trabalho ainda não foi realizado”.
Você lançou o ‘Rare’ em janeiro, apenas algumas semanas antes da pandemia tomar conta dos EUA. Como você teve que mudar os seus planos pós lançamento?
Quando o álbum saiu, eu tive que celebrar e aproveitar isso. [Depois] eu fiquei realmente triste por todo mundo. Em questão de estratégia, nós decidimos finalizar o ciclo [do álbum], encerrar, porque não seríamos capaz de fazer mais nada pelo resto do ano. Eu lancei ‘Boyfriend’ – foi tecnicamente o último single. Mas o que estava acontecendo era muito mais importante do que qualquer coisa que poderiam ter dito ou feito. Para ser honesta, eu não poderia aproveitar quando ‘Boyfriend’ saiu. Eu estou muito orgulhosa da canção, mas eu não aproveitei o momento.
Este álbum veio 5 anos após o ‘Revival’. Quando você começou a conscientemente escrever e gravar ele?
Eu comecei apenas tocando – [sem pretensões]. Eu não disse, “eu quero fazer um álbum” – foi mais eu indo, experimentando e escrevendo com pessoas que eu me sinto confortável de escrever junto delas. Isto foi provavelmente há 3 anos. Eu não me senti muito inspirada, então eu meio que entrava e saía.
Eu sai disso por um tempo, e quando eu voltei… Eu não sei se alguma coisa aconteceu comigo. Eu ouvi uma canção chamada ‘Rare’, e esse foi o momento que eu soube que meu álbum estava começando e que esse seria o nome do álbum depois que eu gravasse.
Desde então, eu foquei em criar mais músicas que falavam sobre transformação e vulnerabilidade e coração partido. Eu senti como se [o material] tivesse ficado realmente muito forte, e eu estava muito feliz com isso. Eu acho que ficar mais envolvida do que eu já estive antes [na produção do álbum] me ajudou a ganhar confiança e me empoderou completamente. Eu tive o controle do que eu ia dizer, e do que eu ia fazer.
O que estar no controle parecia para você?
Eu não tive meu time ou meu A&R (divisão de uma gravadora responsável pela pesquisa de talentos e desenvolvimento artístico dos músicos) ou minha gravadora muito no processo. Eu controlei o que estava sendo enviado. Foi ideia minha lançar ‘Lose You to Love Me’ e ‘Look at Her Now’ [uma seguida da outra]. Eles ficaram nervosos com isso, porque eles não queriam se afastar de nenhuma das músicas. Eu sabia desde o início que ‘Lose You to Love Me’ iria ser uma grande música, porque eu apenas senti isso no meu coração.
Eu queria que as pessoas afastassem essa ideia de que era uma jornada e que estava completamente fechada. Eu não quero que as pessoas me vejam apenas como triste e machucada. Eu não quero mais isso. Eu queria que as pessoas soubessem que eu experimentei algo real, e essa parte de mim acabou.
Parece que você formou uma equipe muito coesa de compositores e produtores ao seu redor. Julia Michaels e Justin Tranter tem sido cruciais nesse aspecto. Como foi a sensação de criar esse vínculo com eles?
Eu passei muito tempo da minha vida estando consciente do que eu digo e faço. Não porque eu estava assustada – eu só não sabia se eu tinha o direito de dizer alguma coisa. Eu não sabia se geraria confusão ou causaria algum tipo de tumulto. Eu queria que isso fosse muito seguro.
O momento que comecei a trabalhar com a Interscope [em 2014], eu estava ouvindo ‘Good For You’, e essa era obviamente de Justin e Julia. Eu me apaixonei pela canção. Era exatamente onde eu queria chegar: ser mais mulher e estar bem com quem eu era, e não muito assustada para explorar mais a fundo disso.
‘Revival’ foi quando eu comecei a trabalhar com pessoas específicas. Eu amo trabalhar com pessoas novas, mas para mim e meu processo, é legal trabalhar com as mesmas pessoas. Julia e eu temos algum vínculo e muitas experiências na vida que estão conectadas, e isso foi muito importante para mim. Eles se tornaram família. Agora, é fácil. Nós vamos e nos sentimos confiantes. Nós apenas nos amamos. Eles vão ser parte da minha vida para sempre.
Tradução e adaptação: Equipe Selena Gomez Brasil