O canal musical londrino 4Music divulgou nesta semana uma entrevista em forma de vídeo que fizeram com Selena em Março, quando a cantora e atriz esteve na Europa para participar da Paris Fashion Week. Nos vídeo, com pouco mais de nove minutos, Selena fala sobre o medo que sentiu ao ficar presa num elevador do hotel em que estava hospedada na França, sobre o vídeo de Bad Blood ter vencido uma categoria no Grammys, seu álbum Revival e sobre o período de transição que está enfrentando em sua vida. Confira a sua tradução na íntegra:
Entrevistador: Oi, pessoal. Estava relaxando ali na sede da 4Music HQ e ouvi rumores de que Selena Gomez está em Londres. Agora, ela vai ficar pouco tempo na cidade e essa é uma oportunidade boa demais para perder. Então eu contratei um quarto no Hotel Langham e nós vamos conversar um pouco.
Chegamos ao hotel em Londres, temos uma suíte lá e vou ter uma breve conversa com a Selena lá dentro daqui 45 minutos, porque, como vocês podem ver, ela está no meio de uma coletiva. Vamos entrar! A suíte é no piso 1. Vamos lá! 583 – “The Regent Suíte”. Aparentemente ela estará aqui em 2 minutos, acho que estou pronto
Selena: Oi!
E: Oi, Selena! Como você está? Entre.
S: Estou maravilhosa! Uau, olha pra isso.
E: Bem convidativo, não?
S: O que eu fiz pra merecer tudo isso?
E: Só por ter vindo e se juntar a mim. Você deveria experimentar, faça o que quiser porque é caro… ser eu. Acho que vou colocar um pouco de chá.
S: Faça isso.
E: Porque acho que você ainda não tomou. Ainda está muito cedo?
S: Bom eu ainda estou no fuso-horário.
E: Mas você está acordada desde…
S: Ah, umas 5 ou 6 da manhã, mas eu estava em Paris e, eu estou um pouco cansada, não vou mentir.
E: Ah, que constrangedor, não tem leite.
S: Ah, você precisa? Ah, é vocês misturam. Eu sou profissional.
E: Joey, cadê o leite?
S: Caramba, Joey!
E: Eu estou bem sem leite, você quer?
S: Não, tudo bem. Acho que faz bem pra garganta, não?
E: Claro. Então, Paris. Vamos falar sobre Paris, porque isso é bem parisiense. Temos macarrons que são de Paris. Como foi lá?
S: Foi bem legal. Tive um bom tempo lá. Só estive na semana de moda duas vezes, e…
E: Duas vezes a mais que eu. Isso é injusto, porque obviamente você tem falado muito hoje sobre o elevador.
S: Vou ser honesta, não teria gravação nem nada, eu só estava filmando pra tentar me distrair, mas estava muito apertado.
E: Não dá pra ter certeza pelo vídeo, mas parece um elevador bem pequeno.
S: Eu tenho um vídeo mais longo disso, porque eu não consigo acreditar, porque no elevador cabem três pessoas, e nós subimos em sete.
E: Oh, então é por isso que quebrou?
S: Yes, nós quebramos, então me desculpem pessoas que vivem nesse edifício.
E: Isso é aterrorizante, porque o assustador é que quando você fica entre os pisos e tem muita pressão…
S: Eu sei… você vê, isso é tão assustador. Nós fizemos uma saída rápida.
E: Sim, sim. Foi impressionante. Você é corajosa, acho incrível.
S: Obrigada.
E: Antes dessa coisa selvagem nas suas redes sociais, meu vídeo favorito é aquele de quando Bad Blood venceu o Grammy e você ficou completamente “histérica”. Normalmente quando as pessoas ganham um prêmio elas não podem ficar loucas desse jeito porque eles estão num salão com um monte de gente que perdeu, então elas ficam bem comportadas, mas vocês simplesmente deixaram isso de lado.
S: Foi bem legal, quero dizer, é bem legal poder fazer parte disso, sabe, ela é minha amiga há dez anos. Eu lembro de quando ela me ligou falando sobre a ideia do vídeo, e pra ser honesta, ela nem acreditou, estávamos todos num quarto assistindo ao pré-show e estávamos tipo: “não vamos ganhar isso de jeito nenhum”, porque tinha vários vídeos muito bons concorrendo, então pensamos “não vamos ganhar”, aí quando aconteceu foi muito louco e genuíno, porque estávamos conformadas já. Foi legal, foi maravilhoso, porque tinha muito sentimento envolvido.
E: Então, quão glamouroso são realmente essas cerimônias? Porque parece maravilhoso, a aparência das pessoas é maravilhosa, mas tem aquela coisa de que está todo mundo um pouco nervoso, as pessoas realmente desejam estar lá?
S: Provavelmente, não [risos]. Eu não sei, não posso falar por todo mundo. Depende da situação. Você trabalha duro para criar algo que todos vão apreciar. Todas essas pessoas juntas, e elas criam diferentes tipos de música, mas, sabe, às vezes é meio caótico e pessoas organizado, as pessoas correndo, porque é tudo ao vivo, e as pessoas vão de um lado pro outro, os pisões… mas tudo bem.
E: Oh, nós não vemos essas coisas. Falando nisso, em criar coisas maravilhosas… Revival… É uma coisa maravilhosa.
S: Yeyy! Obrigada!
E: Ele está incrivelmente bom, você deve estar feliz.
S: Sim, muito, mas eu já estou em estúdio trabalhando no próximo.
E: Sério?
S: Sim.
E: Então você não vai aproveitá-lo?
S: Eu vou entrar em turnê com ele, estou muito orgulhosa, estive neste álbum por um tempo. Mas esse é um ano muito importante pra mim, um grande período de transição e eu tive que ser muito honesta comigo mesma, mais importante, e descobrir qual seria o meu caminho. Eu estou na música há um tempo, mas eu não sabia se já tinha tido aquele momento divisor de águas como artista, realmente. Porque sempre pensei: “ok, se eu não consigo atingir essa nota, eu não sou uma boa cantora, se eu não consigo cantar esse tipo de música eu não devo ser uma grande cantora”, e eu tinha entendido tudo errado. Eu não estava nem remotamente confiante o suficiente para perceber que isso não tem nada a ver com música. É sobre traduzir algo que as pessoas sentem, emoções, mesmo que seja uma música pop – e eu sou 100% uma artista pop – mas eu queria que tivesse um significado por trás disso.
E: Sim, isso definitivamente tem. Então esse processo de fazer essa transição e escolher o seu caminho, quão difícil foi isso?
S: Eu recomecei do zero. Eu tenho uma nova gravadora, uma nova equipe, foi um tempo difícil.
E: É uma decisão difícil de se fazer.
S: Sim, mas eu acredito que é assim que a grandeza acontece, quando você se desafia, ou sai da sua zona de conforto e eu estava relaxada, confortável demais, tipo: eu estou muito bem aqui, não vou para lugar nenhum. E eu não podia fazer isso com tanto caos e tanto barulho ao meu redor. Você sabe, todo mundo tem uma opinião, de repente, sobre como minha vida era e meu trabalho começou a desaparecer e minha vida pessoal estava se tornando o foco e esse nunca foi o meu plano, nunca. Então isso me forçou a juntar meus trapos. Eu precisava dizer algo, porque eu estava sentindo muito e não podia dar a essa gente a satisfação de não fazerem ideia de como eu estava me sentindo. E era isso que eu queria que o Revival fosse.
E: Eu suponho que ser artista é assim mesmo, porque, como pessoas todo mundo mudo e evolui o tempo todo. O pensamento de que quando você lança um álbum aquele é sua sonoridade para sempre, te perturba?
S: É, e crescer também é estranho. Porque você é jovem e as pessoas já te colocam numa caixinha e pensam: “você é jovem, você é isso, você é sociável”.
E: Você não deveria estar numa caixa, é tão injusto.
S: Eu sinto que já quebrei tudo isso, então estou bem.
E: Você está fora da caixa e amando a vida.