O filme “The Dead Don’t Die”, retorno de Selena aos cinemas, fez sua estreia mundial como abertura do prestigiado Festival de Cannes no dia 14 deste mês. Com isso, as primeiras avaliações do críticos especializados começaram a ser adicionadas no RottenTomatoes, site responsável por agrupar as opiniões de especialistas, identificando os filmes com os selos de “Fresco” ou “Podre”, além do percentual das reações críticas e das notas atribuídas.
A obra, no momento, conta com o selo “Podre” (58%) e nota 5.65/10 com 12 críticas destacadas. Conforme a distribuição oficial nos cinemas for acontecendo mundialmente e novos artigos forem publicados, o site será atualizado. O filme já conta com 44 avaliações no geral.
O SGBR preparou um resumo das críticas feitas por profissionais de alto renome internacional ou veículos de imprensa com uma divulgação ampla. Confira:
Stephanie Zacharek – TIME Magazine – Fresco
“[…] “The Dead Don’t Die” é melhor quando se trata de memórias de zumbis ou simplesmente ser bobo. Mas é melhor quando Jarmusch está reconhecendo, no seu estilo característico – meio conformado, meio entusiasmado – que o mundo das pessoas, mesmo com todas os seus terríveis defeitos, vale a pena preservar. Como diz um personagem, quando – antes mesmo de os zumbis invadirem – outro pergunta a ele por consolo: “O mundo é perfeito. Aprecie os detalhes.” […]”
James Quandt – Globe and Mail – Podre
“[…] “The Dead Don’t Die” parece uma tentativa desesperada de revivificar a credibilidade hipster de Jarmusch junto com os cadáveres de Centerville. […]”
Nate Jones – New York Magazine/Vulture – Fresco
“[…] Tão casual que até mesmo o apocalipse zumbi iminente é saudado com nada mais do que um encolher de ombros indiferente. Esse tipo de tom não é ideal para qualquer coisa que se aproxime de apostas ou sátiras, mas a vibração descontraída funciona muito bem. Há muita coisa acontecendo em “The Dead Don’t Die”, um filme que inclui não apenas zumbis, mas também alienígenas, espadas de samurai, Tom Waits como um caipira e numerosas quebras da quarta parede. […]”
David Ehrlich – indieWire – Fresco
“[…] O policial Peterson parece saber que ele está em um filme de zumbis e passa a maior parte do tempo resmungando que as coisas não vão acabar bem. Um trio de jovens despreocupados (encabeçado por uma Selena Gomez muito memeável) entra na cidade como se quisesse fornecer carne fresca e provar seu ponto de vista. […] Em total contraste com as hordas sem rosto que tipificam o gênero, os zumbis de “The Dead Don’t Die” são personagens individuais com desejos pessoais claros que se estendem além do interesse geral em comer carne humana. Eles são motivados pelas coisas que amavam enquanto viviam – os prazeres materiais que os distraíam de ameaças existenciais como a mudança climática, o crescimento populacional o e as discussões sobre “Game of Thrones” – e chamam sobre esses prazeres para se identificar, como os Pokémons repetindo seus próprios nomes. […]”
Nicholas Barber – BBC.com – Fresco
“[…] Os animais estão desaparecendo, relógios e rádios estão funcionando mal e a noite não cai quando deveria. Enquanto isso, há relatos de que “fraturamento polar” pode ter derrubado a Terra de seu eixo. Quando os cadáveres começam a sair do chão para fazer um lanche no restaurante local, ninguém fica surpreso. […] “The Dead Don’t Die” provavelmente funciona melhor se você pensar nisso não como uma comédia de zumbi, mas como uma tragicomédia de zumbis. A mensagem não é que os mortos não morrem: a mensagem é que os vivos morrem, cada um de nós. […]”
Philip De Semlyen – Time Out – Podre
“[…] A diferença é que não é a carne que eles mais desejam, mas as obsessões de seus seres “vivos”: café, música, doces, Xanax … você escolhe, ele chamam por isso. Uma cena hilariante vê um grupo balbuciando ansioso por wi-fi à maneira de, bem, todos nós. […] Apesar dos zumbis obsessivos, a sátira em “The Dead Don’t Die” não contribui para um desdobramento afiado de compulsões humanas ou destruição ambiental também. […]”
Peter Bradshaw – Guardian – Fresco
“[…] Há muito prazer em ver os rostos inabaláveis e conhecidos que não precisam dizer ou fazer muito para ser extremamente assistíveis e engraçados. Tendo dito isso, há muitas risadas e piadas, especialmente quando os policiais e telejornalistas começam a especular de maneira semelhante sobre o que pode ter causado uma onda de mortes violentas. […]”
Justin Chang – Los Angeles Times – Podre
“[…] Há pouca ambiguidade sobre o que causou a epidemia e menos ainda sobre o que ela representa. Uma cultura de idiotice moral e ganância capitalista mudou fatalmente o padrão rotacional da Terra. Agora, o sol demora uma eternidade para se acertar, os sinais de rádio descontrolam-se e os mortos se levantam de seus túmulos para se banquetearem com a carne dos vivos. […] O filme ordenha sua perplexidade cômica por tudo que vale a pena, o que não é muito. […]”
A.A. Dowd – AV Club – Podre
“[…] Era talvez inevitável que esse mestre de inexperientes (Jim Jarsmuch) acabasse enfrentando os mortos-vivos, mas ele não colonizou filosoficamente o gênero degastado do jeito que fez com os filmes de velho-oeste, samurais ou vampiros. O que ele mais faz em vez disso é reunir um grande grupo de atores conhecidos e instruí-los a entregar uma porcaria enquanto o enredo de seu pote comum de zumbi se desenrola ao redor deles. […]
David Sexton – London Evening Standard – Fresco
“[…] Jarmusch se diverte muito fazendo da coisa toda uma paródia intencional – mas um gênero inerentemente piegas precisa mais de convicção do que de risos. Apesar de agradável, “The Dead Don’t Die” é um arco: Hollywood através do filtro de Cannes. […]”
Hannah Woodhead – Little White Lies – Fresco
“[…] O tema abrangente do filme – o capitalismo faz de todos nós zumbis – é o seu maior obstáculo. Não contente em permitir que nos deliciemos com a estranheza da cidade pequena, Jarmusch lança metáforas pesadas sobre como as coisas que possuímos eventualmente nos possuem. […]”
Owen Gleiberman – Variety – Podre
“[…] O problema com “The Dead Don’t Die” é que a noção de tratar uma revolta de zumbis como uma comédia obscura encharcada de atitude já foi feita até a morte. […] Quando Jarmusch tem seus zumbis recitando palavras como “Chardonnay” e “Wi-Fi”, é realmente apenas uma repetição da piada original de George A. Romero, “eles estão voltando para o que eles lembram”. Considerando que isso foi há 40 anos, o diretor chocantemente acrescenta pouco ao humor ou à percepção. […] “The Dead Don’t Die” se imagina uma comédia macabra de ponta, mas a verdade é que está atrás da curva da cultura pop. É por isso que é uma mixaria decepcionante.[…]”
Todd McCarthy – Hollywood Reporter – Fresco
“[…] Como sempre com Jarmusch, “The Dead Don’t Die” é marcado de forma mais significativa por sua atitude. […] Seus personagens geralmente não são muito brilhantes, o que se aplica em sua maior parte aos seus caipiras aqui, que em grande parte não têm ideia de como reagir em uma crise. […] Esse entretenimento amistoso e amigável é violento e sangrento o suficiente para garantir uma classificação R, mas além de tripas sendo derramadas e de alguns banquetes de entranhas, a maior parte da ação consiste em dúzias de zumbis decapitados. […]”
Consenso da crítica: “The Dead Don’t Die” brinca com tons e temas em graus variados de sucesso, mas a inteligência afiada e um elenco forte fazem deste um filme de zumbi com cérebros suficientes para consumir.