Mais uma resenha sobre o novo álbum Revival da Selena, e desse vez é do Spin, confira:
Com 23 anos normalmente você não deveria lançar um álbum nomeado Revival, mas isso muda se você é um aprendiz de Selena Gomez, esse álbum é número seis. Em 2009, ela lançou o primeiro dos três álbuns com sua banda pop-rock Selena Gomez & The Scene; em 2013, ela lançou o álbum solo “Stars Dance”, e em 2014, uma coleção com os maiores hits de sua carreira até então, intitulado “For You”. Depois que ela encerrou o contrato com a Hollywood Records – felizmente – e lançou “The Heart Wants What It Wants”, foi onde os instintos para Gomez começaram a brilhar. Agora, 16 anos depois de sua carreira ter iniciado em Barney, a carreira musical está começando a entrar em foco.
Esse é a alma e coração do Revival, como o primeiro single “Good For You” deixa claro. A canção é superficialmente um hino para os tipos mais básicos de submissão, mas é sonoro. Gomez está esticando seus vocais para criar um eco; ela está seduzindo sua imagem no espelho, deixando os vestidos no chão por ela mesma. E então ela está esculpindo um bom lugar no inescapável “Garota da Disney crescendo”, o que supostamente deveria conter um momento chocante, grosseiramente conceituado como “Pessoa jovem que gosta de sexo”. Onde Gomez surpreende não é nessa não-revelação mas sim na forma que ela lida com isso: com paciência e mistério.
A melhor faixa no álbum, a picante que Max Martin se juntou “Hands to Myself”, é outra meditação sobre sedução, e uma das poucas vezes que Gomez teve um toque da Janet Jackson. “Não consigo manter minhas mãos em mim”, ela canta, uma série de sílabas que o pop gosta. A música contém uma energia acumulada de dança, liberado após um perfeito intermédio: No verso “Quero dizer, eu poderia, mas por que eu ia querer”, e depois a canção se abre como uma tempestade, sua voz quebrando entre suspiros.Há uma troca de foco no álbum de Gomez: muitas faixas funcionam quando direcionada a namorados, sua vida pública. Na canção “Kill ‘Em With Kindness” ela canta: “Suas mentiras são balas, sua boca é uma arma”. “Same Old Love”, uma música que tem como escritora Charli XCX é sobre um relacionamento que ela não sabe como terminar; “Camouflage” é uma balada sobre fachadas, desconexão. Mesmo em “Sober” – uma ótima faixa anti-climática – ela canta: “Acho que não sei onde desenhar a linha”, e no geral: sobre seu ex, sobre as câmeras e sobre tudo que cerca sua vida.
A estrutura de “Sober” é grande, e sua produção é ornamentada e cintilante; em outras mãos, soaria petulante ou nervoso, mas com Gomez funciona. Ela e seus melhores colaboradores (e há 37 deles nesse álbum) reconhecem sua maleabilidade com temática. Gomez parece estar se esforçando. “Eu mergulho no futuro, mas estou cega pelo sol” ela murmura na música de abertura. “Eu renasço á todo momento, então quem sabe o que eu serei”. Seu comprimento artístico tem uma queda – o álbum frequentemente escorrega para os gêneros esquecíveis, e sua volta é medíocre – mas também é uma força. Como ponto alto, Revival é marcado por essa luxúria: como se, depois de uma década e meia sem parar, Gomez finalmente descobriu o que significa estar no centro.