Faltando apenas uma semana para sua exibição nos cinemas americanos, o filme “Behaving Badly” recebeu uma review do site The Hollywood Reporter. Confira a matéria, com spoilers, traduzida e adaptada logo abaixo:
Seguindo sua mudança radical em Spring Breakers, Selena Gomez está de volta com uma imagem de rainha adolescente no filme em sua maioria limpo “Behaving Badly”, uma comédia sexual que se passa no ensino médio e tenta demasiadamente ser chocante e cativante ao mesmo tempo, e que acaba falhando em ambos os lados no final. Apesar de alguns palavrões, Gomez interpreta uma personagem inocente nessa farsa em ritmo acelerado, que é vulgarmente divertida mas perigosamente baixa em charme, inteligência e lógica na narrativa.
Behaving Badly é uma adaptação livre do romance de 2000 escrito por Ric Browde – When I’m Dead… Feed The Dog, uma brincadeira cômica que pode ser lida como uma mistura de Catcher In The Rye com Fight Club. O estreante diretor Tim Garrick mantém o tom obsceno e profano do livro, mas ele os coloca de uma maneira ensolarada num formato de comédia romântica. O resultado é uma bagunça esquizofrênica que planeja ser um American Pie no primeiro minuto, Heathers no segundo, e acaba não atingindo o sucesso de nenhum dos dois. Já lançado diretamente em DVD em alguns mercados europeus, o filme será lançado nos cinemas americanos no dia primeiro de Agosto, onde a bilheteria irá depender exclusivamente da lealdade dos fãs das estrelas Selena Gomez e Nat Wolff.
Wolff, um amigável homem que foi visto recentemente no sucesso estrondoso The Fault in Our Stars, estreou como Rick Stevens, um nerd de 17 anos obcecado em fazer sexo, mas igualmente apaixonado com a garota dos sonhos angelical Nina Pennington (Gomez). O impulso por trás da história é a aposta de mil reais feita por Rick de que consegue levar Nina para cama no prazo de uma semana, mas essa premissa de filme adolescente é sobrecarregada com cenas selvagens e o lado colorido dos personagens. No lugar de piadas fortes, Garrick enche a ação de cenas aleatórias de masturbação ou vômitos que rapidamente perdem seu choque inicial e se tornam cansativas.
Mary-Louise Parker interpreta um papel duplo, sendo a mãe alcoólica de Rick e também um anjo da guarda fantasiado, enquanto Elisabeth Shue faz um bom trabalho como a melhor amiga da mãe de seu melhor amigo, uma predadora sexual que está inexplicavelmente interessada no corpo inexperiente de adolescente de Rick. Sacerdotes orruptos, mafiosos do Leste Europeu, um princípio preguiçoso de escola, freiras e prostitutas e voilá!, está pronta a receita perfeita para uma comédia sexual morna, entediante e pouco assustadora.
Em sua defesa, Garrick mostra um elenco impressionante estrelando sua produção indie de baixo orçamento, filmada em apenas 20 dias. Gomez dá a Nina uma maturidade emocional que merece um filme melhor que esse, enquanto o trio veterano formado por Parker, Shue e Heather Granam trazem uma atuação séria para seus papeis caricatos. Enquanto isso, Jason Lee interpreta um padre católico corrupto e Gary Busey se junta ao elenco com uma pequena participação como chefe da polícia.
Filmado em cores brilhantes, Behaving Badly está cheio de influências dos anos 80, desde os atletas e nerds do ensino médio que entram no elenco, até a trilha sonora com bandas antigas como The Cure e New Order. A sub história sobre um clube doméstico de dança do ventre é como se fosse um roubo do pequeno Tom Cruise batendo e Risky Business, e só pode ser uma homenagem. Entre pontas soltas e piadas forçadas, há algumas partes agradavelmente patéticas, como a pequena participação sem créditos da estrela do pop Justin Bieber, às vezes namorado de Gomez.
O filme apela para uma novidade peculiar, que é o odor desagradável da fantasia masculina juvenil que paira de modo pesado em Behaving Badly. É deprimente ver premiados talentos como Parker e Shue reduzidos a personagens como donas de casas desesperadas e ninfomaníacas, por mais divertido que possa parecer. A apresentação de pedofilia, sexo e abuso de drogas é igualmente problemática. Enquanto South Park ou Family Guy podem apresentar temáticas difíceis como essas de maneira inteligente, Garrick mostra apenas outra oportunidade de as condenar. Em última análise, essa comédia grosseira deixa um sabor levemente azedo.
Companhias de Produção: Voltage Pictures, Starboard Entertainment
Elenco: Selena Gomez, Nat Wolff, Mary-Louise Parker, Elisabeth Shue, Jason Lee, Heather Graham, Dylan McDermott, Lachlan Buchanan
Diretor: Tim Garrick
Produtores: Andrew Lazar, Miri Yoon
Roteiristas: Tim Garrick, Scott Russell
Diretor de Fotografia: Mathew Rudenberg
Editor: Matt Friedman
Trilha Sonora: David Newman
Restrito, 93 minutos