Selena Gomez está na edição de setembro da revista VOGUE em sua versão norte-americana. Na matéria, o jornalista especializado Mark Guiducci afirma que Selena se tornou uma respeitável força da moda por ser uma pessoa fácil de se . A cantora foi capa da revista nas edições de outros dois países este ano: Brasil e Austrália. Confira a tradução da matéria que a revista publicou em seu site:
Uma das estrelas mais seguidas do mundo encontra seu lugar na constelação da moda.
Selena Gomez conheceu Nicolas Ghesquière no novo jeito “à moda antiga” – conseguiu o e-mail dele com uma amiga em comum e lhe enviou uma carta de apresentação. “Eu fiquei imediatamente intrigado com sua espontaneidade e curiosidade”, relembra o diretor criativo da Louis Vuitton. “Na verdade, ele amou meu single ‘Good For You'”, diz Gomez. “Foi isso que quebrou o gelo”. Dois anos depois, além de estar habitualmente nos desfiles de Ghesquière, de ter se juntado à ele no Met Gala no último mês de maio e até dividir a capa da Vogue brasileira, Gomez agora estrela sua mais nova campanha.
E embora a aprovação de uma celebridade pareça ser algo que se espera de uma marca global, a relação é mais como uma afirmação de que, aos 24 anos, Gomez é (finalmente) uma consolidada força da moda.
“Digamos que eu nunca era a primeira escolha [dos designers]”, diz Gomez. Ela está em Los Angeles dando uma pequena pausa em sua turnê mundial de 81 cidades – que inclui peças de figurino da Vuitton, Valentino, Rodarte e Monse – a amplamente comentada marca dos aprendizes de Oscar de La Renta Laura Kim e Fernando Garcia – de seu segundo álbum solo, Revival. As escolhas de Gomez fora dos palcos têm sido igualmente ecléticas, indo de Victoria Beckham a Vetements, de Givenchy a Galvan.
Gomez traz sua inafetada facilidade para cada look, uma concordância certeira que faz até a roupa mais complicada parecer instantaneamente vestível. “Eu gosto de encontrar coisas não-convencionais e fazer com que se pareçam clássicos”, diz ela, “porque se eu forçar alguma coisa, qualquer um consegue perceber”. Sua estilista, Kate Young, que foi um instrumento na evolução do estilo de Gomez coloca assim: “Vuitton pode ser complicada – é futurista; tem tiras por todos os lados. Mas a versão de Selena faz parecer jovem e legal e menos conceitual. Ela faz a moda se encaixar com seu comportamento”.
O que for, ela pode compartilhar. Gomez tem mais seguidores do que qualquer pessoa no Instagram – 90,6 milhões no momento desta matéria, algumas centenas de milhares a mais do que tinha quando a entrevistei, há dois dias – e detém o recorde da foto mais curtida até a data. Se existisse um país habitado apenas por seus seguidores, esta seria a 16ª nação mais populosa do mundo – maior que Alemanha ou França. Não é de se espantar que as marcas da moda se aproximaram.
A facilidade de Gomez com as redes sociais é inseparável de sua absoluta relacionabilidade. Nascida de uma mãe adolescente em Grand Praire, Texas, Gomez, até recentemente, vivia com alguns colegas em Calabasas. Ela comeu Mc Donald’s com James Corden em seu episódio do “Carpool Karaoke”; ela ama filme de David O. Russell. Ela também é um ícone México-Americano, a herdeira de um legado cultural que vem desde Selena Quintanilla-Pérez, homônima de Gomez. Acessibilidade nunca foi prioridade da moda, mas numa era em que se valoriza mais a realidade do que a formalidade, sua perceptível normalidade está um longo caminho à frente.
Isto faz de Gomez quase única entre suas concorrentes no mundo da moda. Com menos de 1,70 de altura, ela não tem um corpo de modelo como uma melhor amiga, Taylor Swift; nem é um letreiro da flexão de gênero como sua colega de Disney, Miley Cyrus; Ela também não é uma explosão de street-style como Rihanna, também não é filha da realeza do entretenimento como os irmãos Jaden e Willow Smith. Não é apenas irônico que o rosto mais famoso na primeira fila seja também o mais relacionável – também é um indicativo do muito moderno (e muito adulto) tipo de poder que Gomez detém.
Antes de terminarmos, ela conta uma história que aconteceu em seus dias de Disney. Aos 16 anos, ela conheceu uma mãe solteira que levou suas quatro filhas pequenas até os estúdios de “Os Feiticeiros de Waverly Place”. “Ela me disse, literalmente”, relembra, “‘eu preciso que minhas filhas vejam que elas não precisam ser loiras dos olhos azuis para fazerem o que elas querem’, e eu me lembro de ter ficado um pouco confusa na época”, ela diz. “Eu não havia percebido que isso era importante”. Ela sabe agora. O próximo projeto de Selena Gomez mais intrigante é produzir uma nova série da Netflix, anunciada como uma versão latina de Empire. O que será que ela vai vestir no lançamento?
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