Postagem por:
Rebeca Gois
13 abr.2020

Selena Gomez é um assunto que está sempre em pauta no mundo, e, com a retomada da era “Rare” após o lançamento de novas faixas na versão deluxe do álbum, a expectativa era grande para que a cantora voltasse a dar entrevistas e aparecer em capas de revistas.
E aconteceu!
Hoje, 13, a Interview Magazine divulgou novas imagens de um photoshoot exclusivo de Selena e uma entrevista realizada pela humorista Amy Schumer com a cantora de “Boyfriend”.

Confira a tradução na íntegra:

“SELENA GOMEZ E AMY SCHUMER DISCUTEM ASSUNTOS IMPORTANTES (E OUTROS NEM TANTO)”

Por Amy Schumer
Fotógrafo: Eli Russell Linnetz
Estilista: Mel Ottenberg

Selena Gomez viveu muitas vidas. Com apenas 27 anos, ela é, sem uma ordem particular, uma estrela do pop global com três álbuns que alcançaram o topo das paradas, a quinta pessoa mais seguida do Instagram, uma atriz desde os 7 anos de idade, uma produtora executiva de documentários e televisão, um constante alvo dos tablóides, uma filântropa, defensora da saúde mental, e, mais recentemente, fundadora de uma linha de beleza inclusiva. Ela também é uma sobrevivente do lúpus, a doença autoimune com a qual foi diagnosticada e 2013, que a fez passar por um transplante de rim em 2017. São tantas coisas nas costas de uma garota que saiu de Grand Prairie, no Texas, que nos questionamos se ela poderia sair disso ilesa. Acontece que a resposta é um enfático sim. Após uma pública luta contra ansiedade e depressão, e o tratamento que se seguiu, Gomez retornou aos holofotes no ano passado com “Lose You To Love Me”, um hino de auto-empoderamento que transformou uma crise pessoal em uma libertação pública. A canção, seu primeiro #1 para a parada da Billboard, foi o lead single da era “Rare”, uma confissão na pista de dança que transforma vulnerabilidade em força, falhas em triunfo. Enquanto Gomez diz a sua amiga, a comediante Amy Schumer, que ela ficará bem.

AMY SCHUMER: O que você comeu no café da manhã?
SELENA GOMEZ: Eu comi o resto de comida chinesa que sobrou de ontem.
SCHUMER: Eu também. Comi dumplings. É uma péssima forma de começar o dia.
GOMEZ: Eu queria fazer Zumba mais tarde, mas não vou mais.
SCHUMER: Ouça seu corpo. Eu escuto o meu todos os dias e ele me diz para não fazer Zumba. Eu quero tomar muito cuidado com essa entrevista, porque existe uma enorme lente de aumento em cima de você. Você não pode tossir sem virar notícia.
GOMEZ: A parte triste disso é que eu não lembro de alguma vez em que isso não aconteceu. O que me faz pensar que eu sei que, eventualmente, acontecerá com outra pessoa – e eu não digo isso de uma forma negativa. Algumas vezes isso foi ruim para a minha carreira, mas em outras, é tipo: “Agora eu posso falar sobre coisas como minha depressão e ansiedade, coisas contra as quais eu lutei e sobre as quais eu sou completamente aberta, porque eu acredito em procurar ajuda”. Mas, além disso, o que me mantem firme é que eu faço o meu melhor para evitar isso. Não é como se eu não vivesse.
SCHUMER: Eu acho que tenho uns 10 milhões de seguidores no Instagram. O que eu vivencio, você vive dez ou vinte vezes mais. O que te motivou a compartilhar, com tanta gente te observando, todas os aspectos pessoais da sua vida?
GOMEZ: Minha intenção nunca foi me tornar um assunto. Então, quando as coisas meio que aconteceram dessa forma, tudo ficou sem controle. E então eu pensei: “Espera, nada disso é verdade”. A forma como a mídia, algumas vezes, tentou explicar as coisas fez tudo isso parecer muito ruim, quando na realidade não há nada de errado com o fato de que eu precisavam e afastar ou porque eu me apaixonei. Eu precisava começar a me abrir porque as pessoas estavam roubando a minha narrativa e isso estava me matando. Eu sou muito nova e vou continuar mudando e ninguém tem o direito de falar nada sobre a minha vida.
SCHUMER: Eu amei muito ‘Os 13 porquês’, que você produziu. Há um grande paralelo nisso, porque, sim, você é uma pessoa muito famosa – mas para a garota que sofre bullying e dizem mentiras sobre ela, parece ainda pior.
GOMEZ: É isso o que me frustra. Eu li nos jornais que um garoto de 11 anos tirou sua própria vida porque uma garota estava mexendo com ele na internet. Eu não quero viver num mundo onde isso acontece. Não importa a escala disso.
SCHUMER: Você já ajudou muitas pessoas, especialmente os jovens, a entenderem seus problemas com saúde mental. Você sente que esse é o seu chamado?
GOMEZ: Eu não sei se esse era pra ser o meu papel, mas eu amo pessoas. Eu me importo, muito. Eu passei por muitos problemas médicos e eu sei que posso alcançar pessoas que estão passando por situações igualmente assustadoras – um transplante de órgão, ou passar por hemodiálise, ou se afastar para fazer um tratamento. Um grande motivo pelo qual eu tenho uma plataforma é ajudar as pessoas. É por isso que eu acho que não ligo para o tamanho. Quero dizer, eu não estou realmente OK com isso – mas eu vou dizer que sim, porque foi merecido. Eu sei que estou fazendo alguém, em algum lugar, se sentir bem, ou se sentir compreendido ou ouvido, e isso vale a pena para mim.
SCHUMER: O que você quer que as pessoas saibam sobre o lúpus?
GOMEZ: Eu trabalhei com a Lupus Research Alliance por alguns anos, e basicamente existem tipos diferentes de doenças autoimunes. Algumas pessoas com lúpus têm sintomas físicos, e esses são os mais perceptíveis. Mas eu não fazia ideia de que tinha isso. Não existiam sinais físicos. E quando eu tinha 16 anos, minha pressão arterial estava em um nível que os médicos dissera que eu deveria ter sofrido um derrame. Eles me internaram porque não conseguiam descobrir porque minha pressão estava tão alta. Algumas pessoas precisam de transplante por causa disso, e isso é algo que não se fala tanto sobre. Eu me sinto muito honrada por fazer parte dessa comunidade e por encontrar maneiras mais seguras para que as pessoas consigam tratamento ou fazer com que seja mais fácil diagnosticá-la mais rápido.
SCHUMER: Eu amo seu novo álbum. Eu escuto com meu bebê. Eu escuro quando eu estou malhando, e é muito interessante para mim que seja classificado como música pop, porque é sobre assuntos pesados. Como é combinar o conceito com o gênero?
GOMEZ: Eu queria ter certeza, especialmente com esse álbum, que cada música tivesse um significado para mim, que representasse uma história que realmente aconteceu comigo ou que eu ainda estou passando.
SCHUMER: A música “Lose You To Love Me” – eu acho que muitas pessoas se identificam com essa história. Você se lembra do momento em que você percebeu que precisava retomar sua história?
GOMEZ: Eu me lembro. Eu a escrevi no começo do ano passado e depois fiquei ausente por causa do tratamento. Foi um momento quando eu voltei e pensei: “Eu estou pronta para voltar ao estúdio com pessoas em quem eu confio e começar a trabalhar em músicas”. Havia uma atmosfera ao redor e todos estavam felizes, porque era como se eu fosse finalmente ser eu mesma. Mas eu não enxergava isso dessa forma, necessariamente, naquela época. Quando eu escrevi essa canção, eu estava basicamente dizendo que eu precisei chegar ao fundo do poço para entender que existia esse grande véu sobre o meu rosto.
SCHUMER: Esse é o seu terceiro álbum no topo das paradas. Isso é engraçado para você?
GOMEZ: É muito estranho, isso quase não aconteceu. Minha mãe é uma das pessoas mais incríveis do mundo – eu a credito por tudo. Ela sempre dizia para mim coisas como: “Se você não conseguir esse papel, é porque ele é para ser de outra pessoa, e você deve ficar feliz por ela. A sua vez vai chegar”. Ela me criou para ter essa mentalidade. Calma, qual era mesmo a pergunta?
SCHUMER: Eu estava falando sobre o feito de ter vários álbuns número um nas paradas.
GOMEZ: Certo. Não é que eu tenha esquecido os outros dois. É só que na minha mente, eu não fico contando.
SCHUMER: Como mulher, é inaceitável que você se gabe por isso ou que não demonstre humildade. Mas homens são encorajados a fazer tudo isso. Os críticos realmente amam esse álbum. Você lê as críticas e como elas te afetam?
GOMEZ: Eu li algumas, especialmente porque eu não lançava nenhum álbum há quase cinco anos. Meus amigos me enviaram algumas boas críticas e eu me senti ótima, porque nem todos os meus álbuns foram vistos dessa forma. Eu não vou além disso porque eu sei o que acontece comigo. Entrar numa espiral na internet? Eu não posso fazer isso.
SCHUMER: Eu posso andar de metrô, tomar café e, talvez, algumas pessoas digam oi para mim, mas eu nunca fui cercada – exceto em um bar mitzvah. Mas quando eu estou lá fora, no mundo, se tem algum especial meu de comédia lançado que as pessoas gostem muito, eu sinto a energia nas ruas. Seu álbum fez muito sucesso. Você também sente isso?
GOMEZ: Eu me sinto muito, muito feliz. E às vezes é difícil para mim ficar feliz por mim mesma.
SCHUMER:
Por quê?
GOMEZ: Eu não sei. Tenho conversado sobre isso com algumas pessoas.
SCHUMER: Está tentando entender.
GOMEZ: E eu sei que vou. Eu acho que há sempre algo em mim que fala: “Qual é o próximo passo?”. Minha mente é um campo de batalha.
SCHUMER: Para mim, é sobre fazer o trabalho com um propósito. É legal se as pessoas gostarem, mas eu realmente gosto de fazer. Você também parece ser do tipo que gosta de basear o trabalho em mais do que o que vem depois.
GOMEZ: Quando eu estou gravando, eu me sinto segura. Eu estou dentro de uma bolha, trabalhando em coisas que eu posso controlar completamente. Ou, se eu estou em um set, estamos todos meio que isolados juntos. É isso o que eu gosto, definitivamente. E, agora que foi lançado, eu acho sim que está tudo diferente. Eu sinto que atingi um público mais velho por causa de “Lose You To Love Me”.
SCHUMER: Milhões de pessoas amam você, e quando alguém te conhece, eles podem ver sua bondade, inteligência e sua vulnerabilidade. Eu acho que as pessoas se preocupam com você. Eu me preocupei com você. Deveríamos nos preocupar com você?
GOMEZ: Não. Eu passei por algumas dificuldades, e por causa desses momentos, quer eu goste ou não, um retrato foi pintado sobre a minha vida. Isso foi assustador porque eu não queria que isso afetasse a minha carreira.
SCHUMER: Você não quer que o quê afete sua carreira? Sua vida pessoal?
GOMEZ: Sim. Tudo saiu do controle quando eu era bem nova. Eu acho que isso mostrou às pessoas que eu era fraca, em alguns momentos, e que eu tinha problemas. Algumas pessoas constroem personagens somente para tentar destruí-los depois.
SCHUMER: Eu nunca percebi nenhuma represália contra você. Quando você diz ‘fraqueza’, eu não faço a menor ideia do que você está falando.
GOMEZ: Eu acho que significa que as pessoas se preocupam comigo porque eu tive problemas no passado. E isso é muito gentil. Mas eu estou bem. Eu lido com o que tiver que lidar, e se eu sinto que estou tendo uma semana difícil ou se não sinto vontade de fazer algo, eu não faço.
SCHUMER: Quando eu olho para tudo o que você conquistou, eu me sinto inspirada. Você produziu a série documental “Realidade Não Documentada”, e depois você relançou algumas das suas músicas em espanhol. Por que essas duas coisas são importantes para você?
GOMEZ: Eu amo muito música, mas existem histórias diferentes que quero contar. Eu sabia que sofreria retaliações por fazer essa série.
SCHUMER: Sério?
GOMEZ: Bom, sim, mas eu quero falar sobre coisas importantes. Eu quero que perguntas estúpidas sobre coisas que ninguém se importa, parem, eventualmente. Me façam perguntas sobre coisas que importam.
SCHUMER: Você acha que vai se envolver nas eleições presidenciais?
GOMEZ: Não, eu não planejo fazer isso por pelo menos uns 30 anos [risos]. Mas eu estou encorajando todas as pessoas que eu posso a votarem. É algo que eu e meus amigos conversamos sobre sempre. Eu estarei completamente pressionando as pessoas para que elas votem.
SCHUMER: Existe alguma série na TV que você goste?
GOMEZ: Eu amo Succession.
SCHUMER: Você assistiu Cheer?
GOMEZ: Não, mas eu lembro que você me falou que eu preciso ver.
SCHUMER: O que você e seus amigos ouvem quando estão se divertindo muito?
GOMEZ: “I Don’t Fuck With You”, do Big Sean. É a melhor música do mundo. Ela libera muita agressividade quando você canta. É terapêutico de um jeito obscuro.
SCHUMER: Você acha que eu sou muito velha pra usar um rabo de cavalo?
GOMEZ: Amy, eu não acho que você é velha demais para fazer nada/
SCHUMER: Minha assistente deixou uma xuxinha aqui, outro dia e eu coloquei no meu cabelo e eu fiquei com uma aparência muito triste. Seja honesta comigo. Se você visse uma foto minha com rabo de cavalo, você diria: ‘ai, isso é triste’?
GOMEZ: Primeiro, eu sou obcecada por você. Segundo, eu nunca pensaria isso. Por favor, faça um rabo de cavalo.
SCHUMER: Você está lançando uma linha de maquiagem. Qual é sua relação com maquiagens?
GOMEZ: Eu queria iniciar um debate sobre como você pode fazer você mesma se sentir ótima. Não é necessariamente sobre precisar dessas coisas para fazer você se sentir bonita. As pessoas da minha geração têm toda essa pressão de ter a aparência certa, e eu queria criar uma linha que tirasse um pouco dessa pressão. Eu uso pessoas reais nas campanhas. Eu tenho 48 tons de bases e corretivos. É tudo muito limpo e fácil. Eu quero que as pessoas se sintam seguras em usar.
SCHUMER: Okay, mas você pode criar uma máscara para cílios que não grude?
GOMEZ: Sim, com certeza.
SCHUMER: Você vai, por favor? Sério, eu não consigo encontrar nenhuma. O Kid Cudi é alto?
GOMEZ: Eu acho que ele é, provavelmente, uns três centímetros maior que eu.
SCHUMER: Minha memória é que você não é alta.
GOMEZ: Eu tenho 1,65. Isso né normal, né?
SCHUMER: Eu não quero te chamar de baixinha, mas isso não é ser alta. Qual é seu petisco favorito, que não te faz sentir culpa?
GOMEZ: Maçãs e manteiga de amendoim.
SCHUMER: Posso sugerir algo, rapidinho? Se você encher uma colher de manteiga de amendoim e misturar com três colheres de iogurte, e mergulhar sua maçã, vai mudar sua vida. Sua missão pode ser ajudar as pessoas com saúde mental, mas a minha é contar ao mundo sobre esse petisco.

Tradução e adaptação: Equipe Selena Gomez Brasil

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