A Sony Pictures convidou o SGBR para assistir e dar opinião sobre “The Broken Hearts Gallery”, o filme gracinha produzido por Selena. E a gente AMOU. Sem exageros, é o clichê romântico que faltava pra elevar a nossa moral em um ano como 2020.
“The Broken Hearts Gallery”, ou “A Galeria dos Corações Partidos”, foi escrito e dirigido pela estreante Natalie Krinsky e conta com Selena no time de produtores executivos. O filme conta a história de história de Lucy (Geraldine Viswanathan), uma jovem assistente de uma galeria de arte que, que, após descobrir ter sido trocada por outra mulher, conhece Nick (Dacre Montgomery), um jovem empreendedor que está construindo seu próprio hotel em Nova Iorque.
SPOILER ALERT!
Daqui pra baixo, vamos comentar algumas cenas do filme. Leia por sua própria conta e risco.
Sim, “The Broken Hearts Gallery” é uma comédia romântica como muitas outras que a gente já viu nos últimos anos, como “A Barraca do Beijo” ou “Para Todos Os Garotos que Já Amei”, a diferença é que não temos atores adultos fingindo ser adolescentes, muito pelo contrário, é um filme pra aquecer o coração da parcela mais adulta do público de Selena Gomez, que acha que amor é coisa pra adolescentes.
O filme nos leva por uma viagem na vida de Lucy, uma jovem mulher assistente de arte, que acabou de descobrir que não tem mais um namorado da pior forma possível: vendo ele com outra mulher – e não qualquer mulher, uma ex namorada linda, inteligente e bem sucedida – em uma confraternização do seu trabalho. Lucy, que já estava bêbada paga um mico inesquecível na frente de todos, sai correndo e entra, por engano, no carro de Nick, que também tivera um péssimo dia e acaba levando Lucy até sua casa e, no caminho, Lucy conta toda a história trágica do fim desse relacionamento.
Lucy vive com duas amigas – e o namorado esquisito de uma delas – que, além de fazerem apostas sobre os desdobramentos da vida amorosa de Lucy, também fazem de tudo por ela e acolhem a amiga, assim que ela chega em casa com tudo o que melhora o astral de quem já passou por um término: lenços, filme clichê, snacks, vinho e nenhum julgamento.
Uma coisa que é engraçada de se notar em qualquer filme de comédia romântica que acontece em Nova York: a cidade não é tão grande quanto parece. Depois de alguns dias sofrendo, as amigas de Lucy a convencem a dar fim em parte dos objetos de ex namorados que coleciona e, numa dessas, nossa protagonista acaba encontrando Nick novamente.
Por falar nele, quem é Nick? Onde vive? O que come para ser tão charmoso? Bom, o que sabemos sobre o nosso galã – que está ainda mais bonito aqui do que em Stranger Things – é que ele é um homem discreto, bom ouvinte e um empreendedor que está com problemas financeiros para abrir seu próprio hotel, chamado ‘Chloe’, em homenagem à sua avó, nos arredores de Nova York. Nick não gosta muito de falar sobre sua vida, mas gosta de ouvir as histórias de Lucy e, na noite em que se reencontram, mostra a ela o local onde será o ‘Chloe’.
Não vou contar os detalhes sobre o restante do filme, porque quero que vocês vivam essa experiência, mas Lucy e Nick acabam construindo uma linda amizade (sim, a gente acaba shippando os dois em vários momentos e eles nem tão ligados no clima que tá rolando, fala sério). Nick ajuda Lucy a superar seu término de várias maneiras, incluindo a criação da ‘Broken Hearts Gallery’, no lobby do ‘Chloe’; Lucy apresenta Nick para sua mãe que sofre de Alzheimer e vive em um lar para idosos e a galeria vira um sucesso, porque, cá entre nós, quem também nunca guardou um item de um ex namorado pra relembrar dos bons tempos, não é?
Mas, um bom filme não é um bom filme, sem um bom plot twist. E ele vem logo após os dois perceberem que estão apaixonados. Descobrimos quem é realmente a mulher que dará nome ao hotel – uma dica: não é a avó do Nick. Lucy fica arrasada, briga com Nick e tem uma recaída com seu ex.
É claro que tudo acaba se ajeitando no final e isso eu não vou contar como acontece, porque vocês precisam se encantar e se deixar levar por toda essa magia que só as melhores comédias românticas transmitem.
Lucy não é uma garota padrão, ela é descendente de indianos, não é magra, não é popular e é divertidíssima, o que segue a linha das protagonistas das comédias românticas mais recentes, ao passo que Nick é um cara de beleza padrão, o sonho de toda garota cis e hétero, inclusive dessa que vos fala. O famoso casal improvável, daqueles que desperta a inveja de pessoas mal amadas na internet. Geraldine Viswanathan e Dacre Montgomery funcionam muito bem juntos na tela, pontos para o casting, o que faz deles um casal ainda mais lindo e torna o filme tão especial.
No auge dos meus 27 anos, no meio de uma pandemia, trancada em casa remoendo por meses todos os meus relacionamentos que não deram certo na minha vida, confesso que é um pouco difícil acreditar em um amor fácil, como dos filmes, mas, com “The Broken Hearts Gallery” eu senti uma chama de esperança se acender. Quem sabe, se um dia voltando triste e bêbada do trabalho (algo que não é tão raro em tempos normais) eu não encontro meu Nick, assim, por acaso, e a gente não constrói uma relação de amizade tão bacana que faça a gente perceber o porquê nunca deu certo com outras pessoas antes?
“The Broken Hearts Gallery” realmente é o filme que a gente precisava em 2020 pra dar uma espairecida em todas as coisas ruins que aconteceram. A única coisa que essa selenator sentiu falta foi de uma participação especial da Selena – e de Souvenir na trilha sonora, claro.
O filme acumula 78% de aprovação da crítica no site especializado Rotten Tomatoes e, está disponível no Brasil para aluguel no YouTube e no Google Play Filmes, por R$ 11,90.
Escrito por Rebeca Gois