“Only Murders in the Building” chegou e já chegou com tudo! Com os três primeiros episódios liberados em sua estreia, já conseguimos perceber que o trio formado por Selena Gomez, Steve Martin e Martin Short vai render muitas risadas e histórias profundas. Veja abaixo nossas resenhas para os três primeiros episódios da série que promete entregar muito mais do que prometeu!
[CONTÉM SPOILERS NOS PRÓXIMOS PARÁGRAFOS]
EPISÓDIO 1 – TRUE CRIME (CRIME REAL)
“Não é o que vocês estão pensando”, essa é a primeira cena de Selena Gomez em “Only Murders in the Building”, cercada pelo corpo de alguém morto, enquanto Steve Martin e Martin Short encaram a cena incrédulos. Uma cena e tanto para o retorno de Selena às telinhas, depois de quase uma década do final de “Feiticeiros de Waverly Place”.
Mabel Mora é uma jovem solitária e misteriosa. Não tem muitos amigos de sua idade – na verdade, de idade nenhuma – e vive no apartamento em reformas de sua tia. A morte de Tim Kono, um morador um tanto quanto controverso do prédio onde moram, e o fato de serem fãs de um podcast de crimes reais, são os principais fatores responsáveis por uni-la a dois senhores igualmente solitários e misteriosos, Charles Haden-Savage, ex-ator de uma grande série dos anos 80 e Oliver Putnam, um falido ex-produtor de musicais.
A mágica do primeiro episódio é ver como os três começam a se conhecer, dentro e fora das telas. Nos primeiros minutos dessa trama, a estranheza dos três – principalmente em relação à Gomez – é perceptível, já que Martin e Short são companheiros de tela há décadas. Mas isso só soma a favor de trazer ainda mais realidade para às atuações. Conforme os pouco mais de 30 minutos passam, Mabel, Charles e Oliver se conectam cada vez mais e, ao final desse que, em minha opinião, tem o que pode ser um dos melhores plot-twists que já assisti em muito tempo, começam a se sentir como uma família – um pouco desajustada, mas ainda assim.
Descobrir mais sobre a vida de Tim Kono e desvendar os motivos que poderiam tê-lo levado a tirar a própria vida, como acredita a polícia, faz com que esse trio comece a trabalhar para tirar do papel seu próprio podcast sobre crimes reais, o “Only Murders in the Building”.
Além de looks incríveis, Selena serve atuação, sim, os críticos não estavam errados. Mabel faz toda diferença na trama, não apenas por ser jovem e trazer um ar mais despojado para a série, que, sem ela, poderia não ser tão interessante, mas pelo segredo que ela carrega: Tim Kono era seu amigo de infância.
Entre mentiras, histórias mal contadas e segredos, a série cativa pelo tom divertido, misterioso, surreal e, ao mesmo tempo, relacionável de personagens complexos e muito intrigantes.
Se eu puder dizer, o mundinho Mabel Mora é bem aqui. Assistam!
EPISÓDIO 2 – WHO IS TIM KONO? (QUEM É TIM KONO?)
A saga do nosso novo trio favorito continua nesse segundo episódio. Para continuar com o podcast, Mabel, Charles e Oliver precisam descobrir quem era Tim Kono.
Sem saber que Mabel era amiga de infância do falecido, eles atendem a um memorial feito pela administração do prédio. O que eles queriam: coletar depoimentos emocionantes para aproximar seus ouvintes do jovem morto. O que receberam: Tim não era muito querido por nenhum de seus vizinhos. Nem mesmo por Mabel.
Usando métodos pouco convencionais, o trio consegue entrar no apartamento de Tim Kono e, depois de vasculharem por pistas, começam a desconfiar que, na verdade, o vizinho não teria cometido suicídio, mas, sim, teria sido assassinado por um morador do prédio.
Esse é um episódio Mabel-centered e são as lembranças dela que nos contam a história de quem era Tim Kono. Observador, rígido e que nem sempre foi uma pessoa solitária e amargurada, como seus vizinhos contam, Tim, ao lado de Mabel, Oscar e Zoe, se divertia investigando e desvendando crimes imaginários pelo prédio, até que, num fatídico dia de ano novo, testemunhou um crime real: a morte de Zoe.
Eu poderia falar sobre como a atuação de Selena Gomez nesse episódio é infinitamente superior ao primeiro – o que, mesmo sendo verdade, não tira o mérito do seu trabalho –, para não ser redundante, vou apenas dizer uma coisa: a cena em que Mabel conversa com o “espírito” de Tim Kono.
Após a morte de Zoe, Mabel e Tim tiveram uma discussão que levou ao fim da amizade, mas não do sentimento de carinho que um tinha pelo outro. E isso fica mais do que evidente nessa cena, em especial, que entregou toda a emoção da perda de alguém querido, mas distante.
Mabel é uma jovem muito inteligente e não desiste fácil. Essa característica a fez descobrir algo que havia passado despercebido em sua primeira visita ao apartamento de Tim Kono.
Assustada com sua descoberta, a jovem decide gravar um vídeo-depoimento, com medo de ser a próxima vítima do misterioso assassino do Arcônia. E, aqui, mais uma vez, um show de interpretação – e de roteiro – que fazem a gente entender o porquê, mesmo antes de ser lançada, o hype da série estava nas alturas. Só vejam e revejam e depois, vejam mais uma vez.
EPISÓDIO 3 – HOW WELL DO YOU KNOW YOUR NEIGHBORS? (QUÃO BEM VOCÊ CONHECE SEUS VIZINHOS?)
Depois de dois episódios excelentes, chegamos ao nosso terceiro já com muitas perguntas na cabeça e querendo respostas, assim como Mabel, Charles e Oliver.
Apesar de um pouco absurdo (o que faz parte da proposta da série, por se tratar – também – de uma série de comédia), as pistas coletadas por nosso trio no episódio anterior levantaram o primeiro suspeito dos nossos podcasters: Howard Morris, dono da gatinha Evelyn, ameaçada de morte por Tim Kono e encontra dura como pedra horas depois de encontrarem o corpo do jovem em seu apartamento.
O plano, então, é interrogar o vizinho até obter uma confissão. O que, obviamente, não acontece e desencadeia uma cena de improvisos muito boa entre Selena Gomez e Steve Martin, que, nessa altura do campeonato, já parecem pai e filha nas telas.
É de fofocas que o mundo é feito e pelas fofocas que descobrimos muitas coisas, também nessa série. Com Howard, uma informação importante veio à tona: antes de morrer, Tim Kono perdeu uma grande quantia de um cliente muito importante da empresa onde trabalhava.
A descoberta de Mabel ainda é desconhecida por Charles e Oliver nesse episódio, mas confirma para a jovem a suspeita de que Tim Kono foi realmente assassinado por um morador rico e poderoso do prédio.
Enquanto isso, Oliver busca financiamento para o podcast. O escolhido foi Teddy Dimas, dono do Empório Dimas, uma grande loja de molhos gregos em Nova Iorque e antigo patrocinador dos musicais fracassados de Oliver. O roteiro do episódio foca muito na experiência de Oliver no teatro e na relação que eles tinham no passado. Além de tudo isso, Teddy é pai de Theo, um rapaz surdo, muito observador – e com um jeito meio defensivo, pelo que deu pra perceber.
Minutos vão, minutos vêm, com Howard não se encaixando mais nas características do assassino procurado pelo nosso trio, chegamos ao fim do terceiro episódio com um novo e absurdo suspeito entre os moradores do Arcônia: a estrela musical Sting, vocalista da banda The Police.
Dos três, esse foi o episódio mais recheado de coisinhas absurdas que dificilmente aconteceriam na vida real, mas, ainda assim, a sensação é de que alguma pista importante foi dada em meio a essa loucura toda de misturar devaneios teatrais com uma investigação criminal. Ainda assim, é um episódio divertido, com momentos bons para boas risadas de nariz e entretenimento do bom! Assistam!
Por Rebeca Gois