Postagem por:
Rebeca Gois
25 out.2022

A pouco mais de uma semana da estreia do aguardado documentário “My Mind & Me”, a revista Vanity Fair liberou uma matéria falando sobre o processo de criação do filme. O diretor Alek Keshishian conta sobre a transformação do que seria um documentário sobre a Revival Tour para o projeto mais pessoal de Selena Gomez desde o início de sua carreira. Confira a tradução da matéria completa:

Vanity Fair: Por dentro do projeto mais pessoal de Selena Gomez até o momento

Para seu documentário confessional, ‘Selena Gomez: My Mind & Me’, uma das maiores estrelas do pop do mundo abre as portas para sua mente.

Quando Selena Gomez começou as gravações para sua turnê abruptamente cancelada, em 2016, ela não tinha ideia de que o filme resultante disso se tornaria seu projeto mais pessoal até o momento: “O documentário criou vida própria”, ela nos conta por e-mail. Ao longo dos últimos 6 anos, o que começou como um registro de sua Revival Tour, se transformou em ‘Selena Gomez: My Mind & Me’, uma inabalável visão da jornada da estrela com sua saúde mental que estreia na Apple TV+ em 4 de novembro. “Nunca foi algo feito de caso pensado para capturar esses momentos tão íntimos da minha vida”, Gomez diz. “Ele só evoluiu a partir disso”.

A origem do documentário pode ser traçada até o luxuoso videoclipe para “Hands To Myself”, de 2015. Ela foi apresentada ao diretor Alek Keshishian, mais conhecido por seu inovador documentário de 1991 sobre Madonna, por meio de sua irmã, Aleen, agente de Gomez desde 2014. “Eu vi ‘Na Cama com Madonna’ e pensei que era um dos documentários mais brilhantes que já assisti”, Gomez conta. “Eu assisti umas 7 vezes. É uma verdadeira obra de arte. Não é apenas ‘Estou aqui em turnê e estou passando por isso’. É uma visão por dentro da vida de alguém feita com respeito, amor e empatia, nada foi encoberto”. Ela continua, “Eu sabia que se tivesse que fazer um documentário, queria que Alek o dirigisse”.

O único obstáculo? Keshishian jurou estar for a de filmes sobre músicos há muito tempo. “Eu disse não para todos os documentários sobre música”, ele me conta em sua primeira entrevista sobre o projeto. “Eu estava tipo, eu não quero ser repetitivo”. Ainda assim, o diretor não pôde evitar ser encantado por Gomez. “Eu meio que me apaixonei por quão autêntica, vulnerável e real ela era. Eu esperava uma pessoa fabricada e eu não recebi isso”, Keshishian continua.

“[Madonna] era uma das 3 pessoas mais conhecidas no mundo porque não havia uma constelação de estrelas (do pop). Existia a [Princesa] Diana, Michael Jackson e Madonna”, ele explica. “Quando Selena veio até mim, era um universo diferente. Então, o que era revolucionário durante a era de Madonna – ironicamente, eu penso que deixou de ser agora. Eu não precisava ver mais estrelas tentando chocar o público. Para mim, eu tenho o suficiente disso nas redes sociais”.

“Mas o que me fascinou foi que havia essa garota que, de alguma forma, não colocou a armadura de fachada pública. Essa garota não tem malícia. Ela não é alguém que é experiente sobre como ela deveria se apresentar. Isso não dá a ela nenhum prazer e não está em seu DNA. Então, a respeito disso, pelo tempo em que estávamos vivendo com ela, eu pensava ‘esse é um assunto único’”.

Keshishian impôs uma condição: “Você precisa me dar acesso a tudo”, ele disse à então jovem de 24 anos. “E ela deu”.

Duas semanas após o início das gravações da turbulenta Revival Tour, que foi encerrada após 55 shows em meio a lutas contra depressão e ansiedade, as câmeras foram desligadas. “As coisas começaram a sair um pouco dos trilhos em sua vida pessoal. Você vê isso no filme”, ele me conta. “E não parecia o tempo correto. Parecia intrusivo e, eu não sei, não parecia certo pra mim, como ser humano”.

O par continuou em contato com o passar dos anos enquanto Gomez passou por um transplante de rim devido à sua batalha contra o lúpus (ela anunciou o diagnóstico em 2015) e procurou tratamento depois de receber o diagnóstico de transtorno bipolar. Ela recomeçaria o processo do documentário ao convidar Keshishian e seu time para filmar sua viagem filantrópica para a África. “Ele é muito gentil e paternal, eu confiei completamente nele”, diz Gomez. “Na maioria do tempo eu esquecia que ele sequer estava por perto. Às vezes ele estava apenas usando um iPhone escondido em algum canto”.

A intimidade e confiança construída entre Keshishian e Gomez – que compartilha seus ‘segredos obscuros’ por meio de palavras em um diário e confissões em seu quarto – foi difícil de conquistar. “Veja bem, com Madonna, em quatro dia, nós éramos como melhores amigos”, ele diz. “Com Selena, nós tínhamos uma conexão, mas eu era muito mais velho que ela e ela me procurou como um diretor de filme. Eu não conseguiria ter o mesmo relacionamento que tive com Selena no começo como eu tive quando ela passou por uma recaída de lúpus [em 2020] e me pediu para continuar filmando. Isso foi conquistado com o tempo”. Ele também estabeleceu confiança com as pessoas mais próximas à Selena, garantindo entrevistas com sua mãe, Mandy Teefey, e sua melhor amiga, Raquelle Stevens. “Então, quando eu digo que foi um trabalho de amor de seis anos, ele precisou de seis anos para amadurecer”.

E Gomez deu confiança total. “Ela nunca quis entrar na sala de edição”, Keshishian diz. “Ela nunca opinou sobre absolutamente nada no filme”. Quando ele mostrou a ela um corte original de dois anos e meio do filme, eles dois concordaram que não seria a versão final. “Ela disse às pessoas que financiaram o documentário e à Apple: “Eu quero dar mais tempo ao Alek”, o que foi grandioso. Ela me apoiou como um artista.”, ele adiciona. Depois de nove meses, Gomez assistiu à edição quase final. Sua reação? “Ele conta o que precisa ser contado”.

Enquanto o filme se aproxima de sua tão esperada estreia, Keshishian desligou qualquer ruído que viesse do fato de documentar uma pessoa com mais de 352 milhões de seguidores no Instagram. (Isso é mais que Beyoncé e Kim Kardashian, pra sua informação). “Eu tinha plena consciência de que o que eu não queria era fazer uma visão de bastidores das  redes sociais e da vida de Selena. Precisa ser mais profundo”. “Precisava, de alguma forma, ser mais autêntico e cru”. O cineasta admite ter filmado alguns dos eventos mais movimentados de Gomez, mas descartando as filmagens em busca do momento desprotegido. “Mas eu não estava fazendo isso apenas para os fãs dela. Eu estava tentando contar uma história, espero, para pessoas que nem conhecem Selena ou precisam conhecer sua música”.

Isso significava explorar a preocupação de Gomez com o passado. Eu acredito que meu passado e meus erros me levaram ao quadro depressivo”, ela diz no documentário. E ainda muito do filme investiga sua infância em Grand Prairie, Texas, uma versão de sua vida que ela deixou para trás por papeis em “Barney” e na Disney. “Eu pensei que era importante mostrar uma parte mais descomplicada da minha vida”, Gomez fala sobre essas cenas. “Antes de começar a trabalhar quando era bem nova, de qualquer forma eu tive uma infância relativamente ‘normal’. Nós não tínhamos muita coisa, mas eu nunca senti isso”.

O foco do documentário em saúde mental ficou claro quando Keshishian filmou Gomez recebendo a premiação McLean por sua defesa a questões de saúde mental. “Eu fiquei. “Puta merda, essa garota literalmente está começando uma jornada de recuperação, mas está desesperada para ajudar outros”, ele relembra. “Existe essa tensão porque para ajudar outros, ela precisa realmente se revelar. Ela é esse ser frágil e ainda está lutando, mas quer desesperadamente usar sua experiência para ajudar outras pessoas”.

Saúde menta é uma jornada de bagunça sem fim e nunca estar completamente recuperado. Dessa forma, o filme não finaliza a história de Gomez com um laço bem forte. “Eu ainda disse à Selena recentemente: ‘O final real do meu documentário não é o filme. O real final do meu documentário é cada dia que ela se manter viva e fazendo algo”, Keshishian conta. “Tudo o que me importa é que isso possa ajudar alguém que assista e sinta um pouco de inspiração, um pouco de luz para se reerguer e lembrar que você pode mudar o mundo mesmo se estiver quebrado”, ele continua. “Você não precisa ser uma estrela do pop”.

Gomez diz: “Embora eu esteja nervosa por lançar algo tão pessoal assim, em meu coração eu sei que agora é o tempo. Eu espero que ao compartilhar minhas experiências e dificuldades, possa ajudar pessoas a se sentirem inspiradas para compartilhar suas próprias histórias. E ter a esperança de que as coisas podem e vão melhorar”.

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