Postagem por:
Rebeca Gois
15 fev.2023

A manhã desta quarta-feira (15) começou com uma grata surpresa para a selenation. Em entrevista para a capa da Vanity Fair, na qual aparece ao lado de grandes nomes de Hollywood como Ana de Armas, Florence Pugh e Austin Butler, Selena Gomez falou sobre carreira, sua relação conturbada com as redes sociais, projetos atuais e novas músicas. Confira a tradução da matéria na íntegra.

Selena Gomez sobreviveu às redes sociais e, com suas novas músicas, está preparada para deixar a escuridão para trás

Por Julie Miller

Selena Gomez, que está em nossa capa especial de 2023 sobre Hollywood, passou anos angustiada por sua fachada cultivada pela Disney. Mas, desde seu diagnóstico de bipolaridade, em 2018, e sua decisão de compartilhar suas dificuldades com saúde mental no documentário a Apple TV+, Selena Gomez: My Mind & Me, a cantora, atriz e produtora (Selena + Chef, Only Murders in the Building) se sentiu liberta. A seguir, trechos de uma conversa sobre medos, autoestima e liberdade.

Vanity Fair: Você disse, anteriormente, que era perseguida pela ideia de que as pessoas sempre te associariam com seus anos de Disney. Isso mudou desde o lançamento do seu documentário?
Selena Gomez: Eu me sinto livre disso, definitivamente. Às vezes eu tenho gatilhos. Não é que eu tenha vergonha do meu passado, eu apenas trabalhei demais para encontrar meu próprio caminho. Eu não quero ser quem eu era. Eu quero ser quem eu sou.
VF: No documentário, alguém próximo a você questiona sua decisão de falar publicamente sobre seu diagnóstico de bipolaridade. Por que você continuou com isso mesmo assim?
SG: Eu sou tão acostumada a me censura que isso foi como, primeiramente, uma vontade minha de me libertar disso e, em segundo lugar, se eles estavam me dizendo para ficar quieta sobre isso, não era algo bom, porque, genuinamente, esse não é mais o meu lugar. Talvez seja estranho e desconfortável para outras pessoas, e, obviamente, eu estava preocupada, mas eu penso que isso finalmente me permitiu começar a ser mais aberta sobre tudo. Não que eu estivesse triste — na verdade, algumas coisas sobre a química do meu cérebro são desequilibradas, e eu preciso entendê-lo, cuidar e nutri-lo. Não tenho vergonha disso. Eu não sinto, nem por cinco segundos, que sou louca. Eu costumo remoer meus pensamento, mas depende de mim ter orgulho de quem eu sou e tomar conta de mim mesma. Eu não quero, jamais, que as pessoas tenham que ouvir “Não diga isso porque vai pegar mal. Você não vai conseguir esse trabalho, ou esse garoto, ou essa garota, ou o que quer que seja. Eu acho que estava me rebelando.
VF: Eu imagino que houve momentos no início da sua carreira quando você disse, explicitamente, “Você não pode dizer isso e isso”.
SG: Com certeza. Eu não era uma criança de qualquer forma, mas eu estava na Disney, então eu tinha que me certificar que não diria “Mas que p*rra?” na frente de nenhuma pessoa. São coisas que eu também fui colocando em mim mesma para me tornar o melhor exemplo que eu pudesse ser. Agora eu penso que ser o melhor modelo é sendo honesta, mesmo com as partes feias e complicadas de você mesmo.
VF: Você é uma das poucas estrelas que confessaram entregar suas contas nas redes sociais para um assistente, porque você sabe o quão tóxico o Instagram, em particular, poderia ser. Pode falar mais sobre essa decisão?
SG: Eu nunca tive a chance de ter um ensino médio normal em um colégio. O mundo foi minha escola por muito tempo e comecei a ter acesso à muitas informações que não queria. Passei por momentos difíceis em um rompimento e não queria ver nenhum [feedback] – não necessariamente sobre o relacionamento, mas as opiniões minhas versus [de outra pessoa]. Sei que tem milhares de comentários realmente legais, mas minha mente vai direto para o maldoso. As pessoas podem me chamar de feia ou estúpida e eu fico tipo, tanto faz. Mas essas pessoas são detalhadas. Eles escrevem parágrafos que são tão específicos e mesquinhos. Eu estaria constantemente chorando. Eu tinha muita ansiedade… eu não conseguia mais fazer isso. Foi perda de tempo. A única coisa que tenho em meu celular é o TikTok e eu acho um pouco menos hostil. Existem coisas maravilhosas sobre as redes sociais — a conexão com fãs, ver o quanto eles são felizes e animados e suas histórias. Mas, normalmente, isso é filtrado [até chegar a mim]. Eu criei um sistema. Tudo o que eu faço, eu envio para minha assistente, que publica. Quanto aos comentários, meu time reúne algumas coisas que são encorajadoras.
VF: O que você assistiu no TikTok por último?
SG: Eu sou meio nerd. Eu amo fazer vídeos engraçados. Gosto de pegar receitas, ideias de maquiagem e ideias de cabelo.
VF: Você está gravando a nova temporada de “Only Murders in the Building”. Como é a sua dinâmica, fora das telas, com Steve Martin e Martin Short?
SG: Eu realmente os amo. Eu não gosto de chamá-los de meus avôs, mas eles meio que são. Eles contam sempre as mesmas piadas e eu dou risada todas as vezes.
VF: Vocês trocam mensagens ou e-mails?
SG: É engraçado que Marty me envia mensagens, mas Steve não. Ele tem meu e-mail, mas não me envia e-mails. Ele envia para minha assistente. Eu acho que ele quer ser educado. É muito cativante, mas ele faz disso algo muito grande.
VF: Você chamou a atenção de Mark Zuckerberg sobre a propagação de desinformação e discursos de ódio no Facebook. Você ainda tem uma conta no Twitter. O que você acha de Elon Musk ter assumido e o aumento de discursos de ódio na plataforma desde então?
SG: É perigoso. Eu não acho que tenha que falar nada porque ele está recebendo [o feedback] que eu sinto. Eu não me importo com ele, mas sobre [a direção] do Twitter… não é meu aplicativo favorito, com certeza. Eu não sei se foi [sobre se sentir] legal ser proprietário de algo. Eu só acho que é irresponsável e inseguro.
VF: Sabendo da sua experiência como uma figura pública, qual conselho você daria a alguém que está tendo sua primeira chance de ser um sucesso em Hollywood?
SG: Tudo o que posso dizer é que adoraria estar ao seu lado se você tiver dúvidas. Mas esta indústria é um monstro. É realmente assustador ver o que acontece quando você recebe tanto poder e dinheiro quando é jovem. Eu acho que é extremamente assustador. Quanto maior você ficar, mais humilde eu o encorajo a ser. Siga seu coração, tente ser o melhor que puder e tenha cuidado em quem confiar, porque você é quem está ao seu redor. Minha irmã tem nove anos e, graças a Deus, ela não quer estar nessa indústria. Na verdade, até agora ela não quis. E se ela me disser em dois anos que quer? Eu não consigo nem pensar nisso.
VF: O que mudou desde que você lançou o documentário?
SG: Agora eu não sinto que estou mentindo para as pessoas. Não que eu estivesse mentindo… eu estava com medo do que as pessoas pensariam ou que não seria contratada. Agora eu não penso mais assim. Eu entendo que se não parece bom para mim, então eu preciso dar um passo atrás e avaliar. Essa amizade está me trazendo algo bom? Esse projeto é mesmo um bom projeto?
VF: Você disse que as novas músicas que está fazendo são alegres. O que mais você pode dizer sobre isso?
SG: Se fosse do meu jeito, eu provavelmente escreveria baladas a vida inteira, mas eu quero produzir músicas que façam as pessoas sorrirem. O que eu estou fazendo agora é sobre coisas reais que estou vivendo. É realmente poderoso, forte e muito pop. O tema geral é liberdade — liberdade de relacionamentos, liberdade da escuridão.
VF: Você deve se sentir muito livre depois de lançar o documentário, o que eu imagino que tenha sido com a sensação de pular de bungee jumping pelada na frente de uma plateia ao vivo.
SG: Eu estava aterrorizada. Mas depois do lançamento, comecei a perceber que as pessoas vinham até mim e não diziam mais: “Ah, quero uma foto sua”. Era mais como, “Ei, eu gostei aquela parte em que você disse isso.” E então acabo tendo uma conversa de cinco minutos com a pessoa sobre a jornada dela. Isso está acontecendo mais e comecei a me sentir bem porque não era apenas uma celebridade para as pessoas – tipo: “Você é tão fofa. Vamos tirar uma foto.” Era mais que isso. Virava uma conversa sobre saúde mental, coragem, desapontamentos ou perdas. E eu comecei a pensar que valeu a pena, porque era isso o que eu queria no final das contas. Eu prefiro ser lembrada pelo meu coração do que por qualquer outra coisa.

Tradução e adaptação: Equipe Selena Gomez Brasil

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