Postagem por:
Rebeca Gois
17 jun.2021

Bancando sua TERCEIRA capa na Vogue nos últimos 7 meses, Selena agora também estampa a edição de julho da Vogue Austrália. Em uma (longa) entrevista para revista, já publicada no site The Australian, a cantora se abriu sobre muitos aspectos de sua vida pública e pessoal.

Confira a tradução da entrevista, na íntegra, abaixo

Selena Gomez: meus relacionamentos me fizeram sentir diminuída

A estrela infantil – agora a terceira parte em uma série com Steve Martin e Martin Short — fala abertamente sobre viver com lúpus, sobreviver a relacionamentos ruins e cozinhar na quarentena

Uma vantagem do seu trabalho, se seu trabalho for ser Selena Gomez, é que você ganha assento privilegiado no mundo inteiro. Voltando no tempo, antes de o coronavírus travar viagens pelo mundo, shows e o conceito de música alta e agitada, Gomez viajava por todo o mundo todos os meses, performando para multidões, estrelando tapetes vermelhos em premières e jantares de gala, conhecendo fãs em cidades tão longe quanto Roma, Manila e Nairobi. Ou Sidney, a qual Gomez visitou pela última vez em 2018. “Eu sinto falta [da Austrália]… eu sinto que poderia viver lá”, diz Gomez, em uma conferência pelo Zoom de sua casa em Los Angeles, com a luz da tarde passando por cortinas translúcidas na cor creme. “Eu simplesmente amo a energia”.

Faz três anos desde que veio para a Australia, e foram três grandes anos no mundo de Gomez. Três anos nos quais ela saiu das sombras de dois relacionamentos que a fizeram sentir, como ela disse, “diminuída”. Três anos nos quais ela se desligou das redes sociais pra valer, apesar de ter sido, em certo momento, a pessoa mais seguida do mundo no Instagram. Três anos nos quais ela retornou ao reino da música após uma pausa de cinco anos entre álbuns, e está prestes a voltar para a televisão após uma longa temporada longe das telinhas. Três anos durante os quais ela usou sua plataforma para gerar conhecimento sobre saúde mental, doenças crônicas – Gomez tem lúpus e em 2017 recebeu um transplante de rim como parte de seu tratamento – e política, trabalhando lado a lado com a política Stacey Abrams para encorajar uma virada de votos durante as eleições presidenciais de 2020. Três anos nos quais Gomez se aconchegou nos detalhes de sua vida, tão confortável e reconfortante quanto se pode ser, depois que você se adapta.

Outra vantagem do trabalho, se seu trabalho for ser Selena Gomez, é que um dia no meio de uma falta de perspectiva devido à pandemia, você poder ter a ideia de fazer uma série para televisão chamada “Selena + Chef”, no qual chefs-celebridades te ensinam a cozinhar. E um desses chefs pode ser Curtis Stone, e ele pode te enviar uma grande cesta de petiscos australianos para você mostrar nas câmeras durante a segunda temporada do seu programa – pacotes de Tim Tams e Mint Slices, um pote de Vegemite e uma barra de chocolate distintamente embrulhada chamada Violet Crumble que você vai realmente detestar. Quando menciono Violet Crumble, Gomez ri. A verdade é, ela é mais do que uma garota interessante. “Eu me lembro, quando estava lá [na Austrália], eu amava aqueles – chamam de Cheezels Eu lembro dessas coisinhas’, diz Gomez sorrindo e à vontade na chamada vestindo um suéter preto e grandes argolas (“Vou para o estúdio depois daqui”, ela brinca. “É o que você ganhar). E, aliás, não foi apenas do Violet Crumble que Gomez não gostou. “Eu já sabia há anos que eu não era fã de Vegemite [um tipo de geleia salgada muito comum na Austrália]”, ela admite.

Gomez se mudou para sua nova casa no meio do lockdown. Se tornou seu santuário durante a quarentena, complementado com seu próprio estúdio, onde Gomez está atualmente gravando seu próximo álbum, a cozinha para filmar “Selena + Chef” e espaço para trabalhar na “Rare Beauty”, a marca de maquiagens que Gomez lançou em 2020 e está disponível na Sephora Austrália. Além de ser o lar do “Rare Impact Fund”, o qual Gomez desenvolveu para liderar conversas sobre saúde mental. Ela sempre usou usa plataforma para conscientizar as pessoas sobre os assuntos que ela se importa, seja sua própria saúde mental, ou, mais recentemente, a importância do ativismo político e os perigos das redes sociais. “Acho que antes, como celebridade, me diziam: ‘Não fale coisas desse tipo’. Mas as pessoas perguntam: ‘Quem é você? É apenas uma cantora’”, reflete. “Eu dizia: ‘Você está certo. É o que eu sou. Mas eu também me importo muito com isso’. Eu posso não saber tudo sobre, mas eu não vou parar”.

VOGUE AUSTRALIA: Ano passado foi um ano e tanto. Como você se sente?

SELENA GOMEZ: “Bom, eu sinto como se muito do que está acontecendo com as vacinas é bom, mas ao mesmo tempo, eu sinto que não passamos do básico do que precisa ser feito com essas vacinas. Então eu cheguei ao ponto de não apenas me educar sobre o assunto, mas também me conscientizar do que posso fazer tendo uma plataforma como a minha”.

VA: Você foi vacinada? E sua família?

SG: “Sim. Eu sou do Texas, e lá tenho alguns parentes que estão com receio, mas todos com quem mantenho contato direto, já se vacinaram. Eu sei dos efeitos, mas eu fiquei completamente bem. E eu sinto que – mesmo que use máscara, tomo todos os cuidados – há um sentimento de proteção”.

VA: Você tem alguma esperança ou desejo para o nosso novo normal?

SG: “Eu tenho. Eu espero que as pessoas entendam o quão frágil a vida é, mas o quanto ela é linda, ao mesmo tempo. Eu vi pessoas se tornarem mais leves, pacientes, tendo muitas conversas intelectuais, cheias de significados. Você pode perceber que isso tem acontecido com as pessoas. Não é mais só um: “Você está bem? Quer sair para jantar”. É muito mais especial quando você está com alguém. Você não para pra valorizar o momento, presta mais atenção ao seu celular. Eu posso ver que o mundo está sedento por conexão real entre pessoas, e, pra ser sincera, acho que sentimos falta disso”.

VA: Você atualmente está gravando a terceira temporada de Selena + Chef, o programa de culinária que começou durante o lockdown. O que você tem aprendido sobre cozinhar? 

SG: “Eu aprendi uma coisa – não uma, um milhão de coisas – mas eu não sou cozinheira. Eu descobri isso muito rápido! E (isso também) eu me divirto cozinhando. Isso foi realmente uma grata surpresa. Eu não achei que faria uma coisa dessas. Mas durante a quarentena, eu estava tipo ‘e se fizer algo que possa fazer as pessoas rirem, ou fazer elas sorrirem?’. E o que eu amo mais que tudo? Comida. Não achei que chegaríamos até a temporada 3, mas está tão agradável… Todos os meus amigos estavam me mandando mensagem: ‘o que você está fazendo tentando cozinhar?’. Mas eu amo cozinhar, não sou boa nisso, mas eu gosto de adicionar minhas próprias coisas… Tem sido divertido”.

VA: As pessoas realmente amaram assistir Selena + Chef quando foi lançado ano passado. O que você tem assistido ou ouvido? 

SG: “Eu realmente tento apoiar minha indústria. Estou comprando todos os filmes que eu quero alugar, e tenho comprado música e ter certeza que estou contribuindo. Eu assisti The Undoing, O Gambito da Rainha, Succession, Broad City, e o Saturday Night Live (SNL) – esse tem sido realmente uma das maiores coisas. Nunca acompanhei o SNL frequentemente, eu apenas assistia quando podia, mas me tornei fã, e agora assisto como uma forma de me acalmar… Tanto quanto podcasts, é realmente divertido, a série que eu fiz (Only Murders in the Building) é um pouco baseado em podcasts criminais, porque existem muitos por aí e muitas pessoas têm fascinação por eles, e nós fizemos algo divertido com isso de certa forma, porque todos estão obcecados com eles… Eu estou muito [obcecada]. É estranho dizer porque é meio mórbido, mas eu acho que gosto da psicologia e como eles descobrem, porque eu não sou tão esperta quanto”.

VA: Only Murders in the Building tem você na equipe com Steve Martin e Martin Short como parte de um trio improvável que soluciona crimes. Como foi trabalhar com eles? 

SG: “Primeiro, eles são brilhantes. Eles são lendários, e têm vivido muitas vidas diferentes, e é como se eu fosse uma esponja e estivesse absorvendo tudo isso. Eles foram como tios. Marty me chama de Bubbala, tipo ‘como está minha pequena Bubbala?’. Eles são rápidos e espirituosos e estabelecidos. Eu quero estar onde eles estão. Eu amo quando as pessoas me desafiam, e eles diriam coisas que eu nunca saberia. Eu acho que vocês verão na tela o quanto nós nos amamos”.

VA: Você é produtora de Only Murders in the Building e tem estado em vários projetos, inclusive Os 13 Porquês. O que você ganha com esse papel? 

SG: “Eu posso ter uma palavra a dizer. Eu posso ver o que funciona e não funciona, e isso é animador para mim. Porque eu não sei o que vai acontecer quando eu crescer. Talvez eu amaria escrever algo, talvez eu amaria dirigir alguma coisa. Produzir tem sido como mergulhar meu dedo na água. Quando estou atuando – eu não quero dizer isso porque tem muitas coisas que eu sinto com todos os meus projetos – mas atuar para mim é minha parte favorita. É realmente maravilhoso, e fico muito feliz quando estou no set”.

VA: Você tem alguma meta de carreira que você ainda não alcançou? 

SG: “Eu acho que minha vida tem sido dominada por música. E não me importo com isso de forma alguma, estou muito grata. Provavelmente vou sempre fazer música, mesmo que seja só para mim, e isso é algo que eu vou estimar. Mas o que eu tenho meta de permanecer mais um pouco é no espaço de atuação, e continuar trabalhando muito na minha marca de cosméticos porque eu quero que seja um lugar seguro”.

VA: Vamos falar sobre sua marca Rare Beauty, que foi lançada na Australia pela Sephora. A palavra ‘rara’ é muito importante para você. É o nome da sua marca, o nome do seu último álbum, e você tem tatuada no seu pescoço. O que significa para você? 

SG: “Eu acho que muito da minha experiência em relacionamentos tem sido amaldiçoada. Eu era muito jovem quando fui exposta em certas coisas quando estava em relacionamentos. Eu acho que eu precisei encontrar o que essas palavra era para mim, porque eu senti menos do que eu era em relacionamentos passados, e nunca me sentia igual. E então essa palavra para mim – quando eu ouvi pela primeira vez (usada no single Rare) com Nolan (Lambroza), um dos compositores, eu disse que isso é o que eu quero sentir de mim mesma. Então não foi necessariamente algo como ‘oh, eu me sinto assim, deixa eu cantar’. Foi mais como ‘atualmente, eu preciso me sentir desse jeito comigo mesma’”.

VA: Existem pessoas na sua vida que incorporaram essa palavra para você? 

SG: “Sim. Eu acho que minha família, e minha família escolhida – eu sinto como se fosse rodeada por pessoas reais”.

VA: Por quê você quis começar a Rare Beauty? 

SG: “Eu queria que fosse somente os essenciais, e, claro, nós viemos com cor e linhas de batom e todas essas coisas que estamos lançando. Mas eu só queria que fosse aquele lugar onde você se sente bem, cobre o que você quer cobrir. E para ser honesta, eu queria trazer uma plataforma para saúde mental e mulheres e homens jovens que lidam com algo – inseguranças, depressão, ansiedade. Por isso foi necessário para mim começar a Rare Impact Fund, e nossa meta é doar cem mil dólares em 10 anos. Eu acredito muito nisso. Nós temos muito acesso para ajudar de maneiras diferentes… Por que não poderia ter um lugar para a saúde mental? Porque isso é tão importante”.

VA: Isso é algo sobre o qual você sempre falou muito. Quais são as coisas que te ajudam quando se trata de sua saúde mental no dia a dia?

SG: “Eu estudei DBT, que é Terapia Comportamental Dialética e já estive em quatro centros de tratamento. Acho que nunca entendi o estigma da saúde mental até ir para o meu primeiro centro de tratamento e isso foi há anos. Mas então saiu uma foto minha e é incrível ver como eles eram maldosos. Era como: ‘Ela é a próxima pessoa, aquela estrela da nossa infância’, tanto faz. E: ‘Ela está usando drogas’. Eles estão dizendo tudo isso sobre mim. Estou assistindo a todas essas mudanças lentamente, mas mais segura, porque agora, se algum meio de mídia zombou de mim, eles são os que parecem idiotas já que não toleramos mais isso. Na verdade, é uma loucura estar vendo isso acontecer, embora eu saiba que tenhamos muito mais a fazer. Eu quero colocar isso como um currículo nas escolas. Eu sinto que pratico [DBT] todos os dias … E também adoro estar no estúdio. É como uma terapia. Basta entrar e compartilhar seu coração”.

VA: Você tem uma mensagem para mulheres que podem estar lutando com sua própria jornada de saúde agora?

SG: “Honestamente, eu nunca quero ser uma pessoa que diz:‘Eu tenho remédio, está tudo bem agora’. Eu acredito em medicamentos, obviamente, terapia – todas essas coisas que fiz para tentar me tornar melhor. Mas meu conselho não será: ‘Oh, você vai superar isso’. Na verdade, é uma prática diária. Então, se estou pensando em algo, quero entender antes disso. Ou se eu estiver sozinha e isolada por muito tempo, eu estarei tipo: ‘Eu preciso estar perto de pessoas que amo’. E como eu disse, eu também faço terapia. Você pode encontrar maneiras de viver nele, mas uma vez que você entende isso, o medo de você admitir que tem algo vai embora”.

VA: Nos últimos anos, você corajosamente revelou seu diagnóstico de lúpus e o fato de ter feito um transplante de rim. O que é importante para você se sentir saudável?

SG: “É algo que eu tive que priorizar e definir limites para garantir que minha saúde sempre esteja em primeiro lugar. Eu amo o que faço, mas às vezes me sinto sobrecarregada e são aqueles momentos em que tenho que dar um passo para trás e ter certeza de que estou dormindo o suficiente, encontrando tempo para aproveitar com meus amigos e família”.

VA: Você tem quase 29 anos. O que você espera que o futuro lhe reserva?

SG: “Estou muito grata por meus familiares estarem realmente seguros durante a pandemia. E estou muito feliz com quem eu sou. Eu sou grata que cheguei assim com 29, porque até dois anos atrás  eu era diferente. Só ficou melhor, e isso é o que as pessoas dizem, sabe, quando você envelhece, você se sente um pouco mais confiante com quem você é. Não sei se isso vai ser todo ano para mim. Talvez seja. Mas sinto que estou constantemente crescendo na direção certa”.

Este artigo foi publicado na edição de julho da Vogue Australia, à venda em 28 de junho.

Novas imagens de Selena para a revista devem ser liberadas em breve e você vai poder ver todas na nossa galeria.

A revista será lançada nas bancas australianas e de todo o mundo em 28 de junho.

Tradução e adaptação: Equipe Selena Gomez Brasil

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