Selena Gomez foi nomeada como uma das 100 mulheres que estão movimentando e redefinindo o futuro dos locais de trabalho nas indústrias. Traduzimos a entrevista dada por Selena para a Create & Cultivate, sobre seus futuros planos para a Rare Beauty e os desafios que enfrentou para fundar a marca até aqui. Confira na íntegra:
À medida que, aproximadamente 20% dos adultos nos Estados Unidos vivem com alguma doença mental, o estigma que rodeia essas doenças permanece – e frequentemente esse estigma pode ser suficiente para manter alguém que precise de ajuda longe de um tratamento adequado. A atriz, produtora, cantora e defensora Selena Gomez quer mudar o diálogo em torno da saúde mental. Em 2020, ela simultaneamente lançou a Rare Beauty e o Rare Impact com a missão de fazer justamente isso – possivelmente quando o acesso a tais recursos foi preciso mais do que nunca: levantamentos descobriram um forte aumento no número de adultos procurando tratamentos para combater doenças mentais desde o início da pandemia.
Enquanto a Rare Beauty vende maquiagem vegana e sem crueldade animal, o Rare Impact Fund é como a marca quer fazer a diferença no mundo. 1% das vendas anuais da Rare Beauty vão diretamente para o RIF, a fim de expandir o acesso a serviços e informações sobre doenças mentais – o objetivo de Gomez é juntar US$100 milhões em 10 anos. Ela certamente está no caminho certo – Rare Beauty reportou uma receita de US$60 milhões em seu primeiro ano. Para Gomez, a causa é pessoal, e com a Rare Beauty, ela compartilha sua própria história e usa sua plataforma para conectar mais pessoas a recursos que dão suporte à sua saúde mental. A seguir, ela conta ao Create & Cultivate sobre ter adicionado “fundadora de uma marca de beleza” em seu currículo e como ela vem usando uma indústria, tipicamente devotada à perfeição, para celebrar a singularidade de cada um.
E: Você é uma pop-star prolífera com três álbuns de estúdio solo – Stars Dance (2013), Revival (2015) e Rare (2020) – e uma atriz com inúmeros papéis em filmes e seriados, incluindo “Only Murders In The Building”, do Hulu. O que te inspirou a lançar a Rare Beauty e ir atrás de um negócio na indústria da beleza?
SG: Lançar uma marca de beleza é algo que eu sempre quis fazer, mas eu sabia que precisava ter um propósito por trás. Eu tenho sido muito sincera sobre como senti a pressão que é querer parecer de uma certa forma, então eu decidi criar uma marca que mude essa narrativa ao redor da beleza e perfeição. Muitas pessoas no mundo estão presas por esse padrão irreal, e na Rare Beauty estamos numa missão de ajudar todos a celebrarem sua individualidade redefinindo o que bonito significa. Nós queremos brindar o que te faz raro. Eu quero que as pessoas se sintam bonitas exatamente como são. Acredito que maquiagem é algo para curtir, não algo que você precise.
E: Saúde mental é um assunto que fica muito próximo do seu coração. Sua empresa, Rare Beauty, doa 1% de todas as vendas ao Rare Impact Fund, uma organização que você criou para aumentar o acesso a serviços relacionados a essas doenças. Como você está fazendo a diferença e impulsionando a indústria da beleza – e nossa cultura – para frente?
SG: A Rare Beauty é um espaço seguro e acolhedor que apoia o bem estar mental da nossa comunidade. Nós promovemos a auto aceitação e ajudamos pessoas a se sentirem menos sozinhas no mundo. Rare Beauty não é sobre como outras pessoas veem você. É sobre como você vê a si mesmo. Levou-me anos para me sentir confortável em minha própria pele, e agora eu quero atingir o máximo de pessoas possível com essa mensagem. Nós temos o objetivo de fazer mudanças reais na indústria da beleza ajudando a quebrar o estigma que rodeia doenças mentais e aumentando o acesso a recursos e serviços de apoio para àqueles que precisam. Nós fazemos isso apadrinhando, apoiando comunidades e compartilhando conteúdos educacionais que informa nossa audiência e os inspira a contar suas histórias. Eu sou muito orgulhosa da empresa que minha equipe e eu criamos. Eu estou confiante que iremos realizar um impacto positivo.
E: Você é uma cantora, atriz, produtora, defensora da saúde mental e uma empreendedora que está dirigindo múltiplos negócios e conciliando diversos outros projetos ao mesmo tempo. O que a mantém inspirada e motivada para continuar em frente mesmo nos seus dias mais desafiadores?
SG: Em primeiro lugar, eu amo o que eu faço, então isso já é grande parte da minha motivação. O que me mantém de pé é saber que se eu continuar usando minha voz e minha plataforma para quebrar estigmas, irei alcançar pessoas jovens que precisam ouvir essa mensagem. É essa a razão pela qual sou tão dedicada, não apenas para arrecadar fundos para o Rare Impact Fund, mas para usar minha plataforma a fim de fornecer recursos para pessoas mais novas. Existem muitas pessoas que precisam de suporte e serviços relacionados a doenças mentais, e eu sei que meu trabalho pode encorajar diálogos e criar mudanças reais.
E: O que tem sido mais difícil do que você esperou em construir um negócio?
SG: Como em qualquer meio, a pandemia trouxe muitos desafios. Quando anunciamos a Rare Beauty no final de fevereiro, tínhamos planos de fazer eventos de lançamentos de produtos presenciais, mas algumas semanas depois todos estávamos em quarentena nas nossas casas. Nossa prioridade número um tornou-se a segurança e a saúde da nossa equipe e comunidade. Tivemos que ser criativos em articular nosso lançamento oficial e mudar tudo para o formato virtual. Foi desafiador, mas minha equipe foi incrível e ninguém deixou a peteca cair, então conseguimos seguir em frente para desenvolver os produtos e a marca.
E: Qual foi o melhor conselho que te deram e como você o aplicou em seu negócio?
SG: Minha mãe sempre me lembra que tudo o que tenho na vida é um privilégio – e que pode acabar a qualquer momento. Isso me ajuda a criar um propósito para poder impactar positivamente tudo o que eu faço. Mesmo no começo, quando comecei a pensar sobre a Rare Beauty, era importante para mim ter uma mensagem por trás. Eu sabia que saúde mental seria o carro-chefe dessa mensagem e sou grata por ter essa plataforma para conscientizar as pessoas.
E: Como você se impede de ficar no banco de trás da sua carreira e encontra novos caminhos para se empoderar?
SG: Durante minha carreira, experenciei muitas emoções, como sentir-se perdido e duvidar-se de si mesmo. Eu aprendi que temos um poder bem lá no fundo, e que você pode o encontrar quando não desiste de si e quando se permite ser vulnerável e pedir ajuda.
E: Se você pudesse voltar para o início da sua carreira – sabendo o que sabe agora – qual conselho você daria a si mesma?
SG: Eu definitivamente seria mais leve comigo mesma, mas dito isso, eu tento não ter nenhum arrependimento e apreciar tudo o que aconteceu em minha vida.
E: Eu não sou produtiva, a não ser que meu dia comece com…
SG: Café gelado e um tempo sozinha no silêncio.
E: A primeira lição que aprendi da maneira mais difícil, como uma mulher de negócios, foi…
SG: Às vezes, as coisas não acontecem como você planejou e você precisa ser flexível.
E: Meu conselho financeiro número #1 para empreendedores é…
SG: Contrate pessoas que você confie que são especialistas em suas áreas. Você não será melhor em tudo, então trabalhe com aqueles que as forças complementem as suas.
E: Se eu tivesse apenas US$1 para investir em marketing, eu gastaria em…
SG: Algo para o TikTok! Eu gostei de entrar na plataforma e tem sido muito divertido interagir com a comunidade de lá.
E: Para ser bem sucedida, você deve…
SG: Ser capaz de se olhar no espelho todo dia e ser feliz com as decisões que faz.
Tradução e adaptação por Eduarda Altmann
