Postagem por:
Eduarda Altmann
17 jun.2022

Domingo, (12/06), um novo episódio do podcast Awards Chatter, organizado pelo site norte-americano The Hollywood Reporter foi lançado. Desta vez, com a participação de Selena Gomez, cotada para uma indicação em “Melhor Atriz em uma Série de Comédia”, no Emmy Awards, por sua performance como Mabel Mora em Only Murders In The Building. Transcrevemos e traduzimos o podcast na íntegra para aqueles que preferem leitura ou não conseguem escutar podcasts, confira:

Scott Feinberg (anfitrião): Oi todo mundo! Obrigado por conectarem-se ao nosso podcast. Minha convidada hoje é uma cantora, compositora e atriz que está trabalhando profissionalmente desde os 7 anos. Seu primeiro papel de destaque foi como protagonista na sitcom do Disney Channel “Os Feiticeiros de Waverly Place”, que ficou no ar de 2007 a 2012. Ela também foi a front-woman da banda The Scene, que ficou ativa de 2008 a 2012. Já na sua adolescência, ela tornou-se uma das maiores celebridades do mundo. Foi a primeira pessoa a atingir 100 milhões de seguidores no Instagram e agora tem mais de 270 milhões [na época em que foi gravada a entrevista] graças a uma carreira solo – que foi bombástica -. Agora, em seus 20 e poucos anos, ela vem trabalhando cada vez mais em ambas as profissões – que a ajudou a conquistar a aclamação e o respeito que sempre almejou. Ela tem em seu nome 3 álbuns solo – onde todos alcançaram o número #1 na parada Billboard 200 – e 8 singles que atingiram o top 10 da Billboard HOT 100, incluindo um que atingiu número #1 “Lose You To Love Me”. Ela já trabalhou com cineastas como Harmony Korine, Jim Jarmusch, Woody Aleen e agora ela encontrou-se em uma disputa real para uma nomeação em “Melhor Atriz em Série de Comédia” no Emmy por seu trabalho na comédia do Hulu, onde estrela ao lado de Steve Martin e Martin Short, “Only Murders In The Building”. Foi eleita uma das 100 pessoas mais influentes no mundo em 2020 pela TIME e descrita em 2021 pela Rolling Stone como “um dos ícones da cultura pop mais influentes do nosso tempo”: Selena Gomez.

No decorrer da nossa conversa, a artista de 29 anos e eu discutimos como uma garota do Texas conseguiu aparecer no show-business e como suas experiências na infância foram, como ela começou a reformular sua imagem após seus anos no Disney Channel e as maneiras que seus esforços foram ou não foram bem sucedidos, o porquê ela ela decidiu ser um pouco mais pessoal com sua música quando começou a ter mais experiências em sua vida privada, envolvendo sua saúde mental e física e turbulências amorosas, como fazer isso a ajudou e como tem sido compartilhar a tela com duas lendas da comédia em um show que carrega um de seus maiores fascínios: crimes verdadeiros. E muito mais! Então, sem mais enrolações, vamos para a conversa:

Scott: Selena, muito obrigado por participar do podcast. É ótimo tê-la aqui. Nesse podcast, nós realmente começamos com o começo de tudo. Se você puder compartilhar com nossos ouvintes onde você nasceu e cresceu e o que seus pais faziam para viver?

Selena Gomez: Claro! Eu sou a Selena, nasci em Grand Prairie – Texas. Minha mãe trabalhava em diversos serviços. Ela me teve quando tinha 16 anos, tecnicamente ela estava terminando o ensino médio e também trabalhando. Meu pai era DJ – não sei se foi uma carreira muito promissora para ele [risos]. Ele definitivamente adora música e eu sinto que parte da minha música veio dali.

Scott: E eu acho que ambos tinham 16 anos, certo? É amor jovem.

SG: É, mas você sabe, você não conhece muito bem alguém nessa idade. Eu acho que eles são muito melhores separados [risos].

Scott: Bem, eu imagino que você era bem jovem quando eles decidiram ir para caminhos distintos e você foi criada com sua mãe. Só para as pessoas entenderem, porque isso meio que influenciou sua música. Seu pai é latino, sua mãe não é, mas tem uma certa influência de ambos em suas canções.

SG: Definitivamente! Minha mãe tem uma alma antiga, então ela escuta muito de The Rap Pack, tipo dos Beatles a Janis Joplin. Eu cresci escutando esse tipo de música. E eu acho que me inspirou no sentido das letras, porque eu adoro o quão honesta e real as letras podem ser. E no lado do meu pai, especialmente com músicas em espanhol, senti como se pudesse me conectar com minhas raízes naquele sentido. E eu estou, no momento, tendo aulas de espanhol por diversão e eu estou muito animada por isso, porque faz um tempo que aprendi e estou tipo “tá na hora” [referência a “About Damn Time”, da Lizzo].

Scott: Nós, definitivamente, sabemos que você fez uma boa representação com música em espanhol há pouco tempo. Você meio que está no meio de duas culturas diferentes. E também, é consistente com de onde o seu nome vem, certo?

SG: Sim, exatamente! Eu fui nomeada em homenagem à Selena Quintanilla. E é bem interessante as similaridades, no sentido de que ela falava espanhol e nasceu no Texas, mas claro, ela teve toda sua carreira baseada em música hispânica e ela aprendeu no caminho, que é o que eu estou fazendo também. É surreal. Acho que o momento mais surreal para mim foi conhecer a família dela. Foi um momento muito especial. Eu estava performando no Houston Rodeo, que eu acho que foi um dos últimos shows de Selena, e eu convidei a família dela. Foi o sentimento mais legal do mundo e nós fizemos um pequeno tributo a ela.

Scott: Uau, isso é incrível. Voltando no tempo em que você não estava fazendo performances públicas como essa, eu imagino que alguém teve que captar seu instinto criativo e ele se tornou aparente, pelo o que eu consigo adivinhar, foi através de sua mãe. Certo?

SG: Sim! Minha mão foi atriz de teatro. Ela nunca foi para a televisão ou algo do tipo. Eu acho que ela realmente amava o teatro. E eu amava assistir ela. Eu ia em seus ensaios e assistia suas peças e claro que eu admiro ela e me inspiro nela e a adoro, mas lembro de ser essa pequena garota que falava “eu quero ir para a TV! Quero ser a Lizzie McGuire!” Eu lembro de sempre querer estar na televisão e não sei o porquê, sempre foi algo que eu quis. Ela é sim uma grande inspiração, mas ela também é o tipo de pessoa que fica tipo “se você ficar cheia desse tipo de trabalho, então não vale a pena sacrificar seu bem-estar”. Ela é muito boa!

Scott: Eu achei uma frase dela, onde ela dizia sobre a primeira vez em que ela notou que você tinha o jeito: “ela tinha 6 ou 7 e eu achei que eu gostaria de ser uma atriz na época, então ela foi em um dos meus ensaios e andou por todo o set. No caminho para casa, ela ficou quieta e depois me disse: ‘sabe mãe? Acho que ficaria mais engraçado se você fizesse dessa maneira.’ e eu pensei ‘ah não, ela vai ser atriz’.”

SG: Ah, eu lembro disso! [Risos] eu achei que era tão maneira. Achei que tinha contribuído. Eu era uma merdinh*. Tipo “eu posso performar para todo mundo!”

Scott: Então, como foi para uma garotinha crescendo no Texas entrar nisso? Acho que foi uma coisa assustadora geograficamente com Barney, não é?

SG: Sim, foi! Minha família e eu não tínhamos como ir para a Califórnia ou Nova Iorque para correr atrás dos papéis, então minha mãe achou online, depois de eu dizer que queria realmente fazer isso e continuaria tentando, uma audição e eu não tinha um agente ou nada do tipo e ela viu essas audições para o Barney e eu tinha 7 anos e lembro de estar tão empolgada para o meu primeiro teste. E eu sentei na fila com 14 mil crianças e estava tão quente. E minha mãe continuava perguntando “você quer ir embora? quer sair daqui?” e eu não queria, queria ficar até o final. Tinha todas essas crianças e eles escolheram 7 e eu estava entre eles.

Scott: Acredito que você foi escolhida no mesmo período que Demi Lovato?

SG: Correto! Então, a coisa louca da história é que ela era a garota que estava em frente a mim na fila. Eu lembro que ela tinha um laço vermelho no cabelo, nunca irei me esquecer, e eu lembro de pensar “nossa, ela é tão linda! ela provavelmente vem de uma casa muito legal” você sabe, eu não tinha muito enquanto crescia então pensei que porque ela tinha um laço bonito e uma roupa legal ela tinha muito. E nós duas conseguimos e tivemos uma pequena reunião com todos que conseguiram e foi muito divertido.

Scott: Inacreditável. E então, imagino que entre 2002 e 2004 você fez treze episódios da série e é fácil de pensar “ah, é o Barney, o quanto você pode aprender dessa experiência?” mas aquela foi sua primeira experiência de atuação em frente às câmeras. Foi, provavelmente, muito valioso.

SG: 100%. E as pessoas ainda dizem sobre o meu período na Disney “oh, você se arrepende?”. Não! Foi difícil de sair daquela imagem, mas realmente me treinou. Aos 7 anos eu estava no estúdio cantando canções e em ensaios de danças. Tive que aprender a agir na frente das câmeras e saber onde eu pisaria e ficaria. Eu acho que aquilo realmente foi interessante. Eu me diverti! Era o meu modo de escapar da realidade.

Scott: Então, você consegue contar os pontos? Barney de 2002 a 2004, Feiticeiros de 2007 a 2012, e no meio eu sei que havia outras coisas acontecendo que te pôs como destaque no Disney Channel. Como participações em outros programas. Você sabe qual desses os fez pensar “ei, vamos dar a essa menina seu próprio show!”

SG: Eu vou dar todo o crédito a Gary Marsh e Judy Taylor. Ele era o presidente (do canal) e ela fazia os castings. Ela era inacreditavelmente solidária e, por alguma razão, essas duas pessoas, em meio a uma sala cheia de ternos e gravatas, acreditaram em mim. Eles não sabiam o que fazer comigo, então decidiram me por como participação em alguns shows e eu fiz “Hannah Montana”, “Zack & Cody: Gêmeos a Bordo”, e então fiz um piloto parecido com o show “Lizzie McGuire”, e então outro piloto inspirado em Zack & Cody e por último um chamado “Os Feiticeiros de Waverly Place”. Então foi assim que eu acabei parando lá. Mas você sabe, no meio disso eu tentei fazer alguns comerciais e coisas do tipo.

Scott: Apenas para esclarecer a cronologia, eu acho que você filmou o piloto de “Feiticeiros” com 13 anos, está certo? E então eles aceitaram quando você tinha 14. Então como sua família ficou? Tipo, como isso afetou a vida de vocês, onde vocês viveriam e o que fariam?

SG: Foi difícil porque meus pais não estavam juntos. Meu pai ficou devastado no Texas e eu era menor de idade então foi complicado para ambos os lados. Meu pai ficou devastado e ele tinha um trabalho que não tinha como fazer muito. Mas lembro dele falando “isso é algo que você quer fazer e eu quero que você faça isso”. Minha mãe sempre quis que eu sonhasse mais alto do que apenas o lugar em que vivíamos, porque era pequeno. Eu realmente dou a eles o crédito de escolherem a mim ao invés da sua própria felicidade. E, na verdade, acho que isso os tornou mais felizes: quando viram que eu estava bem fazendo o que eu amo.

Scott: Então isso, se mudar para LA, foi uma daquelas situações tipo “não sei o quanto isso vai durar, então vou pisar no terreno com cautela” ou foi diferente?

SG: Oh, não! Eu e minha mãe estávamos bastantes crentes que ia dar certo. E no Texas, quando você fala sobre o centro de Dallas é tipo “uau, essa é uma área legal!” então pensamos “ok, centro de LA vai ser perfeito!” e tipo, agora está super limpo e tudo mais, mas 10 anos atrás quando nos mudamos para o complexo de apartamentos, tinha ambulâncias por toda a parte todo o dia e ninguém sabia o que tinha acontecido. Eu lembro de dizer “mãe, onde estamos vivendo?” e não estava muito longe da nossa realidade, não me entenda mal, não era desconfortável, então fizemos o oposto e ficamos lá por um ano com esperanças de que o show fosse renovado e que pudéssemos nos mudar para um lugar melhor.

Scott: Então, tipo, seu tempo naquele show foi interpretar uma garota com superpoderes durante 4 temporadas e sobre isso você começou a entrar na música com sua banca “Selena Gomez & The Scene” e por referência, mesmo estando um pouco acima do demográfico, eu estava ciente de canções como “Love You Like A Love Song” [risos]. Com seu perfil, atuando e cantando, você lembra do tempo passado como? Você lembra ele como estressante, divertido? Como você se lembra de quando tudo estava começando?

SG: Eu lembro da primeira vez que fui no set e fui fotografada através dos portões e me senti tipo, enjoada. Foi a primeira vez que senti que estava tudo mudando e eu não acho que foi necessariamente uma mudança divertida para mim. Uma vez que aquilo aconteceu, eu me senti constrangida. Foi quando eu perdi a parte de mim que era uma criança, porque um tempo depois eu percebi que perdi muitas coisas e obviamente processava as coisas diferentes naquele tempo do modo como eu processo agora. É um pouco estranho, mas eu genuinamente me senti sortuda por ver tudo acontecendo e se resolvendo. Não tem um dia que passe e eu me sinta satisfeita 100%. E eu sei que mal fiz as coisas que eu realmente posso fazer. Eu espero, um dia, estar tendo uma conversa com você e ver a mudança.

Scott: Eu sei que eu comecei a ver todo o seu potencial e tudo o que era capaz de fazer, mais ou menos por 2012 quando Feiticeiros acaba e sua banda meio que acaba e então sua carreira solo começa com “Come & Get It”, que atingiu #6 na Billboard HOT 100 e seu álbum atingiu #1. Mas também, naquele mesmo período, você estava assinando para fazer Spring Breakers, que não era nada como algo que você já tinha feito. Então, você consegue explicar se aquele momento em que aquele capítulo estava acabando foi animador para você porque você agora teria a chance de fazer coisas que você não poderia fazer antes ou foi de alguma forma preocupante?

SG: Eu lembro de ser perguntada, enquanto estava fazendo entrevistas para Spring Breakers, tipo “você é um modelo a seguir, o que essas pessoas vão falar quando verem isso?” e eu disse “esse projeto é para mim, e minha audiência, que pelo o que você está dizendo, não é legalmente permitida a assistir. Então, o que eles fazem não é da minha conta. Estou apenas interpretando um papel.” Eu não pensei muito sobre o que eu disse na época. Minha mãe ficou tipo “não fale com as pessoas desse jeito!”. E foi ideia da minha mãe, na verdade, ela me mostrou alguns filmes que eram selvagens e estranhamente legais. Eu amei eles e pensei “isso vai ser tão diferente do que já fiz e eu preciso de algo assim”. Preciso trabalhar com David Fincher e com David O. Russel , que tipo, vão me por no limite para ir e lutar por algo. Esse é o tipo de atuação que eu desejo fazer mais do que qualquer coisa. E não que precise ser um grande papel em um filme, talvez seja apenas um papel menor que tenha a ver com a equipe de apoio. Eu completamente esqueci sua pergunta. [Risos]

Scott: Eu tinha dito que, sempre tem esse marco na música e na atuação que tipo um capítulo termina e outro começa. Mas você falou sobre mesmo ao ser uma pequena parte de um grande filme, quero dizer, eu sei que isso foi mais um cameo, mas é tipo o “The Big Short”. Eu sei que você estava lá porque são pessoas legais de se estar cercada.

SG: Absolutamente! Minha amiga sempre diz “se você é a pessoa mais inteligente em uma sala, você está na sala errada”. Então eu quero constantemente ser desafiada, isso é o que eu amo fazer. O que eu faço com a minha plataforma é bem diferente da minha paixão pela atuação.

Scott: É interessante que, nem sei quantas pessoas sabem disso, mas você está creditada – em uma idade tão nova – em coisas que você nem faz parte visualmente. Muitas pessoas não sabem que “Os 13 Porquês” aconteceu porque você e sua mãe decidiram lutar por isso.

SG: Quando eu decidi a produzir projetos, e comecei com “Os 13 Porquês”, foi porque eu achei o livro anos antes de ser gravada e era para eu ser a protagonista originalmente e nós estávamos animadas por isso, então eu fiquei mais velha e eu amo o livro demais, amo Jay Asher e queria que fosse realmente bom. Então eu estava “eu quero estar presente porque é importante”. Mas não fazia mais sentido eu interpretar, então foi esse o momento que pensei que poderia começar a por meu nome em coisas e de alguma forma ajudar a criar e adicionar minhas opiniões para então ser respeitada. E isso foi muito empoderador para mim. Desde lá, eu venho tentando fazer projetos que são diferentes e sabe, como “Living Undocumented” e “Only Murders In The Building”.

Scott: É interessante. Eu estou vendo a cronologia e “Os 13 Porquês” estreiou em 2017 e você tem sido aberta sobre as coisas que as pessoas passam mentalmente e que carregam um estigma muito grande. Isso foi um fator no seu interesse pela série ou não estava muito claro para você ainda?

SG: Não, foi 100% o motivo. Minha mãe também é bem aberta sobre isso. Ela lidou com vários problemas relacionados à saúde mental, assim como eu, e isso é algo que tem sido conversado na minha família e eu realmente gosto disso porque eu vi o quão pode ser difícil para as pessoas lidarem com o que quer que sejam diagnosticadas. Eu entendo. Então, assim que descobri um pouco mais sobre mim e descobri o que me ajudaria e o que me permitiria estar de bem com meus sentimentos, eu queria imediatamente que fosse importante [a série]. A mensagem foi um pouco controversa, muitas pessoas tinham muito o que dizer. Eu tive pais chegando em mim e me agradecendo e tive pais dizendo que eles não gostaram. Eu acolhi ambas as perspectivas porque eu entendi. Mas ao mesmo tempo eu estava tão orgulhosa porque estávamos começando um diálogo sobre algo que, infelizmente, é muito real e acontece.

Scott: É mais fácil ou mais difícil, ou de alguma maneira catártica, estar relacionada com o tipo de arte que você lança? Parece que, eu posso estar errado, mas quando você estava com sua banda, não parece que aquelas canções eram especificamente pessoais para você. Mas então teve um momento que, de novo posso estar errado, mas em 2014 você teve “The Heart Wants What It Wants”, parte do seu álbum de compilação, e você fez uma performance bastante emocional no AMAs daquele ano. Muitas pessoas sentiram que aquela foi a primeira vez que você cantou sobre coisas que realmente importavam para você e depois você lançou seu primeiro álbum que não era pela Hollywood Records, “Revival”, onde você cantou sobre, quem sabe, as coisas mais pessoais que você já tinha cantado antes. Como você chegou ao ponto em que estava disposta a fazer aquilo?

SG: Bem, a Disney é uma máquina. Eu realmente vou dizer que eles são uma máquina muito bem calibrada. E eles tinham esse aspecto do que uma pop star pode cantar e eu entendi isso e eu gostei disso. Entretanto, eu não podia escrever músicas que não fossem tipo “oh, eu tenho um crush por alguém”. Não tinha muito o que eu poderia falar. Para mim, eu estava feliz em cantar músicas como “Who Says” porque era uma maneira de me comunicar com minha plateia naquele tempo. E então música se tornou o que se tornou para mim e eu assinei com a Interscope e minha vida inteira mudou, porque foi a primeira vez em que disseram para mim “esse é o seu projeto, demore o quanto tempo você precise. Você pode fazer isso”, mas eu vou concordar com você e dizer que “The Heart Wants What It Wants” foi a primeira vez em que eu, de fato, falei algo através da música. E eu falei porque eu estava tão cheia de todos ao meu redor me dizendo essas coisas e a mídia estava tomando seu papel em qualquer lugar que eles bem entendiam e aquela música foi eu dizendo “ei, eu estou sendo honesta com vocês. Isso é bem difícil e eu sei que deveria estar fazendo algo e eu não posso evitar”. Como eu estava naquela época me levou a “Lose You To Love Me”, que é minha canção favorita que eu já fiz.

Scott: Eu definitivamente quero voltar nela em um momento, mas só para ficar claro: estamos em 2015 com “Revival” onde temos “Good For You” e “Same Old Love”, que eu não conseguia parar de escutar naquele tempo. é interessante porque tem 5 anos entre aquele álbum e “Rare”, mas entre eles, eu acho que foi a primeira vez em que você entrou nesse mundo de colaborações. Certo? Diferentes singles: “We Don’t Talk Anymore”, “Taki Taki”, todos foram entre os dois álbuns, mas você disse que talvez o motivo pelo qual tenham esses singles foi porque muita merda estava acontecendo em sua vida em vários aspectos, não é?

SG: Sim! Foi louco no sentindo de ter sido necessário para eu andar por tudo aquilo. Eu tive muitas cirurgias de alma para fazer e, em meus meios, eu não tenho a vida completamente resolvida. Eu sei que durante aquele período eu estava aprendendo muito sobre mim mesma, obviamente passando por um término bem ruim e duro, e depois eu fiquei com as perguntas “e minha carreira? Para onde eu vou? O que vai acontecer?” e todos esses eram sentimentos diferentes e meus problemas médicos meio que apareceram, eu estava lidando com o Lúpus e com problemas no meu rim. Foi realmente muito difícil, mas por outro lado, aquilo [o aprendizado] foi realmente bom para mim. Permitiu-me desenvolver um caráter onde eu não tolero nenhum tipo de ação sem sentido e eu sou muito orgulhosa de como consegui sair daquilo.

Scott: Deve ser bom sentir isso. Desde que você começou a trabalhar na carreira solo, cada um desses álbuns teve um tipo diferente de amadurecimento e com certeza trouxeram uma audiência muito leal porque todos eles forma número #1 na BB200. E claro, todos eles nos levaram ao “Rare”, que é o que traz mais músicas dramáticas sobre o que você mencionou. Com “Lose You To Love Me”, que não foi apenas seu primeiro número #1 na BB HOT100, mas também a primeira canção de todas a chartear em #1 simultaneamente na Billboard HOT100, Apple Music, Spotify, iTunes e Rolling Stone Charts e isso é uma coisa incrível! Eu estava pensando, deve realmente ser maravilhoso ter esse tipo de resposta com uma música que é tão pessoal e tão boa, como você disse: eu sei que você é muito orgulhosa dela, mas é um consenso entre críticos e público que aquela canção foi a melhor arte que você lançou até aquele ponto.

SG: Sim! É maluco porque nós escrevemos a canção em menos de uma hora. Foi uma ideia apenas de mim, Julia Michaels e Justin Tranter. Nós trabalhamos apenas os três no estúdio e apenas surgiu. Foi automaticamente acontecendo. Julia é incrível em melodias, tem uma parte que é apenas assombrada. E eu não esperava que fosse fazer todo esse sucesso. Eu sabia que ia causa uma impressão porque era eu me despedindo e eu estava realmente feliz sobre isso, mas também nervosa. Foi muito bem e eu sou tão grata, mas para ser honesta, eu acho que muitos que escutaram nem eram necessariamente apenas meus fãs. Para mim o mais importante era que a canção tivesse uma mensagem e essa foi a parte mais essencial para mim: pessoas em seus 40 anos chegavam em mim nos restaurantes e diziam “eu estava passando por um divórcio e essa canção me ajudou”. Eu estava completamente deslumbrada. A canção era sobre vulnerabilidade e as pessoas estavam vindo até mim me agradecendo por ela e foi realmente muito legal, foi um jeito muito legal de seguir em frente.

Scott: Agora, uma das coisas que eu estava me perguntando é: você sempre teve esses paralelos de cantar e atuar. Eles intervém? Tipo, quando você está cantando você também está atuando?

SG: Eu acho que eu sou mais apaixonada por atuar, o que é engraçado quando digo isso porque eu fiz muito mais músicas. Acho que volta ao que eu estava dizendo: eu sou tão grata por tudo. Ainda me oferecem papéis de uma menina tornando-se princesa e é louco. [Risos] estou pronta para interpretar esse papel de novo e de novo. Talvez não seja necessariamente para mim, mas minha alma está no set quando eu estou com as pessoas e isso parece tão certo. E sobre música, quando estou no estúdio, me sinto da mesma forma. Quando eu exponho minha música, eu tendo a ficar um pouco reclusa e eu fico sobrecarregada porque é tudo meu, minhas coisas por aí. E agora, por exemplo, eu terminei a segunda temporada e a quarta temporada do meu show culinário e agora estarei em estúdio até a terceira temporada. Então basicamente, nós vamos estar trabalhando em músicas novas e como eu disse, eu não poderia escolher um, eu amo ambos.

Scott: Eu ia dizer isso. Deve ser como um limpador de para-brisas, indo de um para o outro e tem pessoas que apenas fazem um e, não sei se é a maneira correta de dizer isso, mas acaba ficando mais fácil com o tempo, talvez?

SG: Ah, não! Minha psicóloga fica tipo “garota, algum dia você irá encontrar um homem ou o que?”, mas eu suponho que agora, na minha vida, eu me sinto tão aberta e eu amo o que eu faço. Se eu quiser tirar 1 ou 2 dias ou uma semana de férias eu posso, mas eu estou em um lugar tão bom agora e estou adorando.

Scott: Isso é ótimo de ouvir! E eu imagino que você deu um pequeno petisco para sua audiência com o “Revelación” – não sei se disse isso corretamente – e acho que esse foi o seu “bebê da pandemia”, de um certo modo, junto com Only Murders. E eu sei que foi almejado por tipo mais de 10 anos, pelos seus tweets antigos. E aconteceu! Seu primeiro projeto inteiramente em espanhol e de novo, teve muito sucesso não apenas em vendas como recebeu sua primeira indicação no Grammy! Deve ter sido um incentivo na sua confiança.

SG: Oh, com certeza! Primeiro eu estava tipo “graças a Deus as pessoas entenderam o que eu estava falando” porque foi difícil e eu queria ter certeza de estar falando certo. Foi, na verdade, mais compensador ter sido nomeada com ele do que teria sido com qualquer outro álbum em inglês. Eu pus meu coração e minha alma nele por uma razão completamente diferente. Era eu conversando com meu pai, com meus primos, apenas tipo relembrando porque eu era fluente e quando eu comecei a trabalhar eu perdi isso porque eram basicamente todos os papéis em inglês. Significou mais para mim, pois isso foi algo que eu fui meticulosa ao pensar e eu sei o quão críticos as pessoas podem ser se eu não pronunciasse algo certo ou não fosse respeitosa. Então fiquei muito orgulhosa com a nomeação. Trabalhei muito duro no EP, todos trabalharam: Tainy, o produtor, e meu coach de vocal.

Scott: E eu acho que você não precisa entender espanhol para apreciar a música – o que eu infelizmente não falo fluentemente – mas as pessoas entendem!

SG: Sim! Isso é o que eu amo sobre música. Eu escuto música francesa, italiana e apenas te faz sentir de um modo e é realmente especial.

Scott: Eu não tinha planejado perguntar isso, mas você gostaria de talvez atuar falando em espanhol?

SG: 1000%! Eu amaria! Em geral, eu adoraria fazer algo mais diversificado, mas também voltar para as minhas raízes, porque eu estava lá e acabou se perdendo e agora precisa sair para fora novamente. Então sim, me avise se você souber de algo para mim!

Scott: Com certeza! Eu apenas gostaria que as pessoas soubessem, porque você referenciou o programa de imigração e que você está envolvida não somente porque esse é um tópico na moda, mas também porque é muito pessoal. Acredito que seus avós paternos imigraram para este país, certo?

SG: Sim! Os pais do meu pai vieram para cá em 1972 ou algo assim. Eles vieram na parte de trás de uma caminhonete junto com minha tia. Eles vieram e demorou 18 anos até conseguirem a cidadania. Obviamente, eles fizeram da maneira certa e isso levou tanto tempo. Não consigo imaginar o quão difícil foi para eles conseguirem se manter e ficar e, graças a Deus, conseguiram suas cidadanias, mas é muito importante para mim sim e essa foi uma das razões pelas quais fiz aquele projeto, é também parte da minha história. E não é como se tivesse sido décadas atrás [o documentário “Living Undocumented”].

Scott: Certo. Então antes de começar a falar desse novo projeto, no qual estamos reunidos hoje para falar. Eu sei que as pessoas acham isso interessante, porque eu achei enquanto estava me preparando. Como foi sua experiência na atuação nos projetos anteriores a este? Você disse que, em alguns momentos, estava passando por um período emocionalmente difícil, porque você sabe o que quer fazer, sabe para onde ir, você tem atuado por 20 anos, mas na mente das pessoas você estava tão estabelecida como uma atriz adolescente, aquilo era frustrante certo?

SG: Eu senti que era tão difícil fazer as pessoas me levarem a sério. Sabe, eu não vou ficar aqui dizendo “para mim” ou “oh, sou apenas eu”, porque eu superei isso e estou feliz de ter superado. Mas era muito frustrante. Eu me sentia como uma piada. Tinha momentos em que eu pensava “eu não tenho o que se precisa para fazer isso [atuar]”. Eu ficava muito frustrada comigo mesma. Mas preciso ser honesta, mesmo depois de Only Murders eu não estou tendo uma demanda de ligações. Mas de novo, eu sou muito grata porque tudo o que eu tenho eu que conquistei. Trabalhei muito duro e nunca trocaria. Eu garanto que se tudo tivesse caído no meu colo, eu seria uma pessoa totalmente diferente. Eu vi isso acontecer com algumas pessoas e é tão desanimador. Então, se tenho alguma certeza, é de que estou chegando lá. Estou numa relação muito boa quanto a isso. Se tem alguém que fica tipo “oh, Selena Gomez no show? Não tenho certeza quanto a isso…” Steve fica super defensor comigo e é muito doce. Eu posso ficar frustrada às vezes, mas encaro como um novo desafio.

Scott: Ok, começando com Only Murders: o que eu achei interessante é que a ideia original era Steve Martin, Martin Short e um terceiro homem? Então, como isso mudou?

SG: Pelo o que eu sei, Steve disse que não faria se Marty também não fizesse. Então nós conseguimos o Marty. Esse foi o começo, antes de eu estar envolvida. Então Steve teve um almoço com John e foi um consenso entre os produtores de que eles queriam que o terceiro integrante fosse uma mulher, mas não apenas uma mulher e sim uma que fosse de uma geração completamente diferente. Steve amou a ideia e depois disso foi apenas eles rezando para que eu não fosse nojenta [risos]. Eu não poderia ter tido mais sorte. Eles me ligaram e eu falei com eles por um tempo, contei todos os meus fascínios por trás de crimes verdadeiros e apenas aconteceu.

Scott: Eu vi que John disse “não queremos um alien no mundo de Steve e Marty?”. Acredito que seja apenas alguém que eles não irão conseguir se relacionar facilmente e que essa pessoa também não vai conseguir. Por essa razão, eu preciso perguntar: quão familiar com o trabalho de Steve e Martin você estava e vice versa? Sabe, quando foi que você deram match?

SG: Eu acho que ambos me conheciam, não sei se sabiam dos meus trabalhos. Eu assisti alguns dos clássicos com minha mãe enquanto estava crescendo, mas não necessariamente todos porque eles já fizeram muitas coisas. Jiminy Glick era um dos meus personagens favoritos de todos e eu conheci Marty através dele e Steve através de inúmeros outros, então eu os conhecia. E quando eu comecei a trabalhar com eles, comecei a assistir todos os outros papéis menores de ambos e eu ia para o set e perguntava coisas sobre os filmes e ele respondia todas, porque é tão divertido! Eles são os verdadeiros OG.

Scott: Enquanto estamos nisso, você disse que estava adquirindo um pouco de sabedoria com eles durante as gravações, acredito que funcionou em ambos os lados porque você os apresentou o termo “OG” e algumas músicas modernas, certo?

SG: Eles estavam genuinamente interessados na fascinação com a música atual, então eu falei “bem, deixem eu lhes mostrar essa música de Cardi B e Megan Thee Stallion” e era uma música inapropriada que tenho certeza que as pessoas sabem qual é. Foi histérico. Eles não estavam ofendidos, estavam apenas confusos tipo “as mulheres gostam disso?”. é muito bom, porque eles cantam Joni Mitchell e eu toco alguma música de rap toda noite apenas para esquentar as coisas. Eles perguntam algumas coisas do tipo “então, por que você não pode sair e fazer isso e isso?” e eu tenho que explicar minha vida para eles. É muito doce. Às vezes eles começam a contar histórias ou Steve começa a falar sobre arte e minha mente resplandece

Scott: E eu acho que as pessoas precisam entender que o tempo que vocês se conheceram foi único porque foi na pandemia em Nova Iorque, que não era Nova Iorque naquele momento, e aqui está dois homens em seus 70 anos e uma mulher que passou por alguns problemas de saúde e vocês estavam gravando com uma pandemia global, que não era como agora, foi mais difícil na primeira temporada não é?

SG: Eu não faço ideia como conseguimos terminar isso, além do fato de que a Disney e a Hulu foram inacreditáveis com todo o sistema. A boa e má notícia do COVID é que ninguém estava vendo um ao outro, mas nós conseguimos passar um tempo juntos. Graças a Deus eu os achei fascinantes, porque não sei o que faria se eles não fossem [risos]. Eu os amei e amei passar meu tempo com eles. Então passávamos o dia juntos e íamos para casa. Sem restaurantes, nada. Nós fizemos um bom trabalho e esse crédito vai para as pessoas que ajudaram.

Scott: Eu ouvi você dizendo que tinha uma cena de beijo no show que foi complicada por causa do COVID, certo?

SG: SIM! Então, em cada take nós tínhamos que gargarejar com enxaguantes bucais dos mais fortes. Então imagine eu fazendo de 7 a 8 takes e eu fiquei sentada lá com isso na minha boca para garantir que seja bem higienizada. Minha boca inteira estava meio que nojenta e eu não queria beijar ninguém nunca mais na vida depois daquilo [risos].

Scott: Sobre Mabel, estou lendo como as pessoas descreveram ela e uma é “ela é uma personagem que pode selar sua vulnerabilidade”. Eu imagino que, não que você precise ter uma conexão com todos os seus personagens, mas ajuda ter essa identificação? Aqui é uma frase de alguém que descreveu você em outro artigo, totalmente distinto: “o que é mais incomum sobre ela e que mais a distingue das demais celebridades é o jeito que ela cresceu mais suavemente, ao invés de duramente, do que as outras na mesma posição. A confiança veio primeiro, depois veio a confiança de deixar ir”. Não sei, talvez eu esteja analisando demais…

SG: Não, não, você não está. Foi por isso que eu consegui o papel: ela é baseada nos meus interesses, meus hobbies e eu acho que teve esse elemento de solidão que cada personagem sente, que é o porquê eles se conectaram. Eu senti que estar perto de dois cavalheiros adultos – porque isso é o que eles são, muito doces, gentis, hilários e inapropriados às vezes – me fez aprender tanto. E minhas expectativas para um homem – ou apenas para qualquer ser humano – é ser tão decente quanto esses dois são, porque eles estão no ramo mais tempo que eu estou viva e eles são as pessoas mais gentis que existem. Então eu diria que me pareço com Mabel porque posso ser um pouco solitária às vezes e eu tenho tendência de ter amigos que são mais velhos, amo sair com minha mãe, sou esse tipo de pessoa. Eu me sinto uma Mabel. Mas aquela frase, quem foi que disse, acertou em cheio. Eu sinto no meu coração que tudo o que acontece no nosso mundo, tem muito mais além. Isso sou apenas eu fazendo meu trabalho e tendo uma plataforma e tentando entender como usar essa plataforma. Eu não uso minha posição levemente, realmente não. E eu sou grata por poder fazer isso, mas pode ser demais às vezes.

Scott: Vocês fizeram algumas coisas bem legais na primeira temporada, incluindo o episódio 7- que foi essencialmente livre de diálogos – e coisas como aquela são animadoras ou intimidadoras para você?

SG: Muito animadoras! E para ser honesta, para a segunda temporada, nós estamos fazendo coisas mais legais ainda. Eu estou ansiosa para as pessoas assistirem. Aquele episódio foi tão bem feito e eu não sabia o que esperar porque eu lembro de estar gravando e estar tão confusa. Foi muito legal. E James, o ator de Theo, a sua perspectiva foi tão bonita e também triste. Foi louco que conseguimos andar pela sua mente. Foi muito bem feito, fiquei tão feliz quando vi.

Scott: Eu também estou curioso. Vocês sabiam como ia terminar? Quem fez o que e como?

SG: Garoto, deixe-me te dizer: eles não falaram nada até o episódio 8 o que estava acontecendo!

Scott: Então você nem sabia se você tinha feito.

SG: Oh, sim, eu não sabia. Quer dizer, eu perguntava, e eles falavam que não, mas eu ainda não tinha certeza. Foi ótimo. Todo mundo na equipe ficava tentando adivinhar e estávamos curtindo os momentos.

Scott: Bem, quanto das reações você acompanhou? Não sei o quanto você leu, mas as críticas sobre sua performances têm sido muito boas. As pessoas estão procurando os números e tipo, apenas duas latinas foram indicadas em “Melhor Atriz em Série de Comédia” no Emmy e custou muito para que elas estivessem sequer uma chance. O que isso significa para você?

SG: Para ser honesta, me deu vontade de chorar quando você disse isso. Isso é muito doce. Eu não gosto de ler nada. Tudo o que eu sei é que as pessoas gostaram o show e isso era tudo o que eu queria. Receber a apreciação, o respeito e o amor de todos os tipos de pessoas é tão legal. É uma sensação tão boa. Especialmente quando tem a ver com algo que eu amo e que me importo. Essa não sou eu sendo feliz porque sou famosa, sou eu feliz porque fiz um bom trabalho.

Scott: Se minha matemática está correta, você terá um grande aniversário vindo no próximo mês. Como você está se sentindo quanto ao aniversário? Acredito que nesses marcos, algumas pessoas podem olhar para trás e fazer o que nós meio que fizemos hoje. Para você, sabe, como é? Você consegue olhar para fora e pensar objetivamente como foi seu caminho até aqui?

SG: Eu posso definitivamente dar um passo para trás e ficar muito orgulhosa de todo o trabalho que fiz. Entretanto, eu estou feliz ficando mais velha. Eu descobri que minha tolerância para certos tipos de desconfortos, usualmente desrespeitos, ficou tipo… eu estou contente de que isso não está mais tomando conta de mim. Minhas emoções são minhas e eu me permito senti-las como eu quero senti-las. Mas eu vou dar uma festa, sabe por quê? Todas as minhas amigas estão tipo casadas e com filhos então vou dar minha própria festa.

Scott: Boa! Você deveria! E a última pergunta é: se você se você nunca tivesse deixado o Texas, como você acha que sua vida estaria agora?

SG: Eu teria uns 4 filhos, com certeza. Talvez não planejados, talvez planejados. Talvez ambos. Não tem nada de errado com a vida que eu poderia ter levado, só acho que esse teria sido meu propósito e isso é realmente bonito porque minha prima tem dois lindos filhos e ela é terapeuta e ajuda crianças, é maravilhosa, e ela está tão feliz. Eu apenas sei que esse não é meu caminho e eu sou muito grata de ter minha mãe que me ajudou com aquela oportunidade de ser o que eu quero ser.

Tradução e adaptação: Eduarda Altmann

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