Postagem por:
Rebeca Gois
14 jan.2020

Ao ser entrevistada pela revista Billboard, Selena falou sobre seu novo álbum “Rare”, novos lançamentos e sua vida pessoal.

Confira abaixo a tradução, na íntegra, da entrevista concedida pela cantora.

“Levou alguns anos para enxugar as lágrimas, mas veja ela agora,” Selena Gomez canta em “Look At Her Now,” um dos destaques de seu terceiro álbum de estúdio, Rare.

A música foi lançada em outubro, quando Gomez a lançou como uma prévia do projeto; em retrospecto, esse verso funcionou como uma prévia involuntária de Rare – encapsulando o espírito temático do novo álbum, lançado sexta-feira passada (10), mais do que qualquer outro (verso).

Em seu primeiro álbum desde Revival (2015), Gomez medita sobre as bem detalhadas dificuldades pessoais que enfrenta nesse meio tempo – problemas de saúde e términos em tabloides – mas se posiciona como renascida.

Alimentada por anos de introspecção e um novo senso de força pessoal, Gomez usa Rare para usar sua dúvida sobre si mesma e afastá-la, produzindo uma coleção rítmica e nítida de faixas pop ressuscitadas das cinzas.

“Eu queria um álbum que fizesse as pessoas sentirem algo”, diz Gomez à Billboard, “seja isso um relacionamento difícil de superar, ou um processo de reconquistar a sua confiança ou se conformar com apenas se divertir. Portanto, contêm diferentes camadas e estou muito agradecida por ter acabado se tornando o que é agora, depois de quatro anos e meio.”

A ex-estrela do Disney Channel, de 27 anos, é uma artista pop A-List há cerca de uma década: começando em 2009, seu grupo de amigos Selena Gomez & The Scene emplacaram cinco hits no top 40 da Billboard Hot 100. Quando passou a ser uma artista solo em 2013, Gomez continuou a colecionar hits nas rádios com ” Come & Get It,” “Good For You,” “Same Old Love” e “Hands to Myself.”

Desde Revival, os hits continuaram vindo com single soltos como “Bad Liar,” “Back to You,” “It Ain’t Me” com Kygo e “Wolves” com Marshmello — faixas que entraram para a versão deluxe do álbum. “No entanto, um álbum não parecia conseguir se formar conforme Gomez batalhava contra o lúpus, passava por um transplante de rim, passava por capas de tabloides com namorados famosos, e se abria com o mundo sobre seus problemas com ansiedade.

“Selena só se compromete com coisas que significam algo para ela e/ou contam uma história,” disse John Janick, diretor executivo da Interscope, ao ser perguntado sobre como teria sido trabalhar com Selena nos últimos anos. “Criativamente, a música é uma constante em sua vida, e parecia certo lançar músicas regularmente nos últimos anos. Por acaso, também foi uma estratégia inteligente na era dos streamings e permitiu que ela experimentasse gêneros diferentes. “

Gomez soa tão triunfante quanto seu novo álbum durante uma conversa pelo telefone com a Billboard na segunda-feira de manhã após o lançamento do mesmo; em uma discussão sobre as faixas de destaque do Rare, seus futuros planos para música, seu maior controle no estúdio e o abandono de sentimentos mais amargurados.

Como tem sido os últimos dias para você?

Tem sido de muito trabalho – tínhamos algumas coisas para fazer em Los Angeles e, no final do ano passado, fomos a Londres e Paris, então eu realmente não tive tempo para respirar. Mas é por uma boa causa, pois isso é provavelmente a melhor coisa que já me aconteceu.

Ao ouvir “Lose You To Love Me” e “Look At Her Now” quando foram lançadas em outubro, ficou claro que esse seria um projeto bastante revelador, mas é ainda mais pessoal do que o esperado.

Eu já disse isso antes, mas a ideia de me abrir com alguém me apavorava. Eu costumava proteger pessoas que nunca me protegeram ou se importaram comigo. E eu não queria dizer a coisa errada ou que as pessoas pensassem que eu estaria fazendo aquilo por qualquer outro motivo além de ser uma pessoa gentil – apesar de essa ser quem eu sou e eu me orgulhe disso. Eu estava farta, sabe? Farta de ficar calada e eu senti que merecia um momento para mim, após passar por tudo o que passei, e jogar tudo isso em cima desse álbum. Não havia nada em minha mente que me dissesse que eu estava fazendo a coisa errada.

Acho que cheguei em um ponto em que apenas disse que era isso o que eu faria e eu não teria medo de fazê-lo. E as pessoas podem reagir do jeito que quiserem, mas eu sei que me orgulho de lançar as músicas que lancei com o conteúdo que elas têm, porque tudo o que eu mais quero é me identificar com as pessoas — e eu quero que elas saibam que não estão sozinhas, e que se sentir assim é muito normal. Elas me viram crescer, então acho que é algo importante para eu falar nesse álbum.

Você falou sobre se tornar mais comunicativa no estúdio – mesmo com colaboradores próximos, como os compositores Julia Michaels e Justin Tranter.

Certo. Eu assumi completamente após o último ano. E eu tive as pessoas ao meu redor que eram os meus parceiros conforme tudo isso, e especificamente Justin e Julia, eles se tornaram a minha família. Eles são capazes de trazer o melhor em mim. Eu tive uma participação na produção, disse como eu queria que tudo fosse montado, as melodias — nunca me envolvi tanto assim antes, e… não poderia estar mais orgulhosa de um álbum, ou qualquer outro projeto que tenha feito. É animador, muito animador.

A música que realmente se destaca para mim é “Vulnerable“, focada na força envolvida em dar e retomar saltos de fé, mesmo quando não dá certo.

Essa é uma das minhas favoritas também, por esse motivo. Depois de ficar totalmente esgotada de viver ou o que seja… eu fiquei amargurada por um tempo. Eu estava completamente amarga e seca. Me desconectei de meus sentimentos por muito tempo. Mas vou à terapia, falo sobre tudo o que estou passando. Eu pensei: “Por que faço isso? Por que eu me entrego às pessoas, mesmo que sejam apenas amigos ou pessoas aleatórias? Por que faço isso?”

E eu percebi que era por causa de uma das minhas qualidades, que eu julgava ser uma fraqueza, ser vulnerável. Então quando trabalhamos nessa música, foi por aí que comecei. Se eu me entregar completamente a você, você será capaz de lidar com isso? E se você não for, eu continuarei sendo quem sou. Não o terei em minha vida, mas continuarei sendo quem sou.

Eu tenho adorado ouvir de várias pessoas diferentes que elas amam essa música, então isso é muito legal. Nunca se sabe — poderia se tornar um single. Eu não sei.

Há partes deste álbum que foram ou difíceis de gravar para você ou então difíceis de ouvir agora, novamente?

Eu trabalhei no álbum por quatro anos, então há músicas que nós terminamos na fase de encerramento, indo e mixando o álbum, então há uma variedade disso. O que tem de interessante nessas músicas é que… elas significam algo diferente para mim agora. E eu acho que esse é um dos motivos por eu ter esperado. Eu não queria ser desencadeada pelas mesmas coisas — eu queria sair do que estava sentindo e, em seguida, queria comemorá-lo. E foi o que aconteceu.

Quando escrevi “Lose You To Love Me“, eu estava uma bagunça. Foi muito difícil para mim. E no momento em que gravamos o videoclipe no final do ano, ela tinha um significado completamente diferente para mim e foi muito libertador. Foi divertido, na verdade — eu acho que, por eu ter me desapegado daquilo, me senti muito livre. E eu não poderia imaginar uam forma melhor de encerrar um capítulo.

Quando o álbum saiu na semana passada, você também lançou um videoclipe para a faixa-título. “Rare” é oficialmente o próximo single, correto?

Siim! Eu sempre amei essa música e sempre quis que fosse o nome do álbum. E eu senti que foi um ótimo complemento para onde eu parei com meus outros singles, porque é honesto e cru, e basicamente diz “Eu não tenho tudo, eu não sou perfeita, mas eu sei que mereço coisas boas e eu mereço ser amada, e eu mereço tudo disso, amor-próprio.” É apenas uma daquelas coisas em que você é confiante, mas sem ser arrogante.

Lose You To Love Me” atingiu o topo da Hot 100 ano passado, e se tornou o seu primeiro número 1 no chart. Você tem alguma meta específica para o álbum atingir esse ano?

Especificamente este ano, quanto a tudo, tenho trabalhado muito em coisas que mal posso esperar para falar e lançar. Eu acho que com a música não vou parar — o que é a primeira vez para mim. Normalmente, depois de concluir um projeto, sinto-me bem em descansar por um tempo. Mas acho que vou continuar fazendo isso, e talvez alguns projetos paralelos com a música. Tenho todos esses objetivos diferentes e sinto que estou no lugar mais feliz que já estive na minha vida, e digo isso com muita convicção. Então eu acho que as possibilidades são infinitas.

Essa é uma mentalidade muito encorajadora, especialmente quando resultou neste álbum.

Levei alguns anos para superar alguns problemas. Mas se saiu ótimo!

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